Moradores de rua são vistos dormindo em frente a abrigo da Prefeitura

Moradores dormindo em frente ao abrigo da Prefeitura - foto: Désirée Teixeira

Moradores em situação de rua foram filmados por cidadãos residentes da zona Norte dormindo em calçada na frente da Cava do Bosque, local determinado como abrigo pela Prefeitura da cidade, após a paralisação dos esportes, devido o período de pandemia.

O poliesportivo, que se encontra com lotação máxima, teve sua capacidade máxima aumentada de 60 para 130 pessoas, mas mesmo assim ainda faltam vagas para os moradores. 

Sobre o atendimento, um morador reclama. Segundo ele, o atendimento deveria funcionar 24 horas, mas, na realidade, os funcionários possuem suas próprias regras de funcionamento. “Eles põem a regra deles. Regras que eles impõe, porque pela lei é diferente, eles confundem as coisas”, afirmou Sidnei, que aguarda uma vaga no local.

 Isaías Cruz, gestor do Instituto Limite, afirma que o número de vagas disponíveis diminui conforme as pessoas vão descobrindo o serviço. “No começo essas vagas eram suficientes, às vezes até não completava as vagas. De acordo que o pessoal vai descobrindo o serviço, o pessoal vai fazendo a procura”, afirmou. 

“Quando eu cheguei aqui era pra 60 pessoas o limite de vagas, ai vieram, fizeram uma reportagem, e na mesma semana o limite aumentou para 130 pessoas, mas é muito pouco, né!?, uma cidade com 700 mil habitantes, todo dia fica gente pra fora, eu mesmo não faço nem questão de entrar mais”, afirmou Alessandro.

Um outro abrigo foi disponibilizado, mas o mesmo só funciona aos finais de semana e tem capacidade para 40 pessoas, de acordo com informações dos próprios moradores.

Prefeitura

Um pedido de nota foi feito à Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, responsável pelo abrigo, mas a mesma ainda não se manifestou a respeito do assunto.

Histórico

Desde o dia 23 de abril, quando houve o decreto de paralisação dos esportes devido a pandemia da Covid-19, o ginásio poliesportivo Cava do Bosque, localizado na zona Norte da cidade, virou um abrigo improvisado da Prefeitura para abrigar moradores em situação de rua.

Em uma matéria publicada pelo Grupo Thathi no dia 8 de maio, foi denunciada a falta de estrutura por parte da organização em abrigar os moradores, que, de acordo com California, líder dos abrigados, a Prefeitura não disponibiliza alimentação gratuita e cobertores. 

“10 cobertas que iam vim da prefeitura, apareceram só duas. Eles não deram um café, um almoço, uma janta, os usuários do programa que trouxeram água pra gente, não foi os funcionários”, disse.

Uma Ong (Organização Não Governamental) entregou 110 refeições, além de cobertores aos moradores abrigados pelo programa. O fato ocorreu no dia 26 de maio. “É revoltante, é revoltante mesmo. Na hora que a gente saiu, a galera ficou batendo palma, agradecendo, porque eles estavam com fome. É desumano a comida que eles mandaram, tem que dar um jeito, é muito triste isso”, disse Paula Domenichelli, uma das responsáveis pela ONG.

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