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EUA perdem influência na África com fim da Usaid, diz presidente de Gana

MUNIQUE, ALEMANHA (FOLHAPRESS) – O presidente de Gana, John Dramani Mahama, disse nesta sexta-feira (14) que os Estados Unidos perdem a influência direta conhecida como soft power com a decisão do presidente Donald Trump de encerrar projetos da Usaid, a agência americana de assistência e desenvolvimento internacional.

Mohama afirmou que seu país foi afetado pelo corte e que foi obrigado a fazer um remanejamento orçamentário para dar continuidade a programas que eram financiados pela agência.

“Eu determinei ao ministro de Finanças que fizesse ajustes ao Orçamento para lidar com a disrupção do financiamento de ajuda dos EUA. O valor foi de US$ 156 milhões [cerca de R$ 900 milhões] para 2025”, disse Mahama, durante um painel do Fórum de Segurança de Munique.

Segundo ele, o principal impacto em seu país é na área de saúde, entre eles projetos de testagem de HIV.

Na África, a decisão de Trump de desmantelar a Usaid afetou dinheiro que era usado para alimentar crianças, fornecer medicamentos e para prestar assistência humanitária em tempos de guerra.

O presidente de Gana afirmou que a situação é adversa, mas que abre uma oportunidade para que a África trabalhe para ser mais autossuficiente em temas como produção de alimentos. Também espera que outros países aumentem a mobilização de recursos diante da paralisação dos projetos custeados pelos EUA.

Por outro lado, complementou o presidente, os americanos perderão influência com a decisão.

“Os EUA tiveram um papel muito importante na ordem que emergiu do pós-guerra, algo que beneficiou todo o globo, inclusive os americanos.”

“Uma das coisas que os EUA perderão é o soft power que tinham no mundo. As pessoas [que recebiam ajuda da Usaid] eram gratas pelo tipo de assistência que recebiam”.

Apesar do prognóstico, Mahama disse não ver no momento a China atuando para preencher o vácuo deixado pelos americanos na área de assistência, acrescentando que em seu país Pequim faz aportes no campo de infraestrutura.

A Usaid tem sido um dos alvos principais de Trump desde que o republicano reassumiu a Casa Branca, em janeiro.

Na última semana, o presidente americano determinou o fechamento da Usaid em publicação em rede social

“A Usaid está deixando a esquerda radical louca, e não há nada que eles possam fazer a respeito, pois a forma como o dinheiro foi gasto, grande parte de forma fraudulenta, é totalmente inexplicável. A corrupção está em níveis raramente vistos antes. Fechem-na!”, escreveu, reiterando afirmações que até aqui não foram comprovadas em larga escala sobre a atuação da agência.

A Usaid apoiou iniciativas em 160 países em 2023, e tem sido um dos principais alvos do plano de redução de custos do governo americano liderado pelo bilionário Elon Musk, à frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês).

RICARDO DELLA COLETTA / Folhapress

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