SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O estado de São Paulo chegou a oito mortes por febre amarela. Os óbitos ocorreram em Amparo (1), Socorro (2), Santo André (1) -a doença foi contraída em Tuiuti-, Bragança Paulista (1) -paciente foi contaminado em Joanópolis-, Campinas (1), Brotas (1) e Valinhos (1).
As vítimas tinham entre 21 e 71 anos. Nenhuma havia tomado a vacina, que é a forma mais eficaz de prevenção.
Segundo Tatiana Lang, diretora do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, quem nunca se vacinou contra a febre amarela, deve ser imunizado agora, antes do Carnaval. A vacina está disponível em todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) dos 645 municípios do estado.
Neste ano, foram confirmados em SP 11 casos autóctones de febre amarela em humanos e um importado -a pessoa se infectou em Minas Gerais.
Desses 12 casos, três são do sexo feminino, nove do masculino. Sete estão na faixa de 20 a 40 anos e cinco têm entre 55 e 75 anos.
Desde o ano passado, 30 macacos das regiões de Ribeirão Preto, Campinas, Barretos e Osasco tiveram a confirmação para a doença.
O ciclo da doença atualmente é silvestre, com transmissão por meio dos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Além de tomar a vacina, a orientação para quem visita parques e outras áreas de mata aos finais de semana e feriados é de usar repelente.
“As pessoas não vacinadas que forem a áreas de mata para uma trilha ou passeio, ou que moram em áreas de mata e chácaras, correm o risco de ter febre amarela silvestre”, reforça Regiane de Paula, responsável pela Coordenadoria de Controle de Doenças da secretaria.
Os macacos não transmitem a febre amarela, eles também são vítimas da doença. “Não maltrate os animais. Se você encontrar um macaco morto, chame a vigilância em saúde do município ou a zoonoses para coletar o animal e fazer todos os exames”, enfatiza a especialista.
VACINAÇÃO
Com a proximidade do Carnaval e de outros feriados nacionais, quem planeja se deslocar para locais com registro de transmissão de febre amarela ou para áreas rurais e de mata deve se vacinar com dez dias de antecedência.
Para crianças menores de cinco anos, o imunizante é aplicado em duas doses: aos nove meses e aos quatro anos.
Caso a pessoa tenha recebido apenas uma dose da vacina antes de completar cinco anos, deverá receber uma adicional, independentemente da idade em que o indivíduo procure o serviço de vacinação.
A dose zero é aplicada entre seis e oito meses de idade apenas em crianças que residem ou viajarão para áreas com circulação confirmada do vírus.
Para o restante da população (até 59 anos) a vacina é oferecida em dose única, com validade por toda a vida, segundo recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2017. Pessoas acima de 60 anos devem passar por uma avaliação médica antes de se vacinarem.
Quem recebeu a dose fracionada em 2018 deve procurar uma unidade de saúde para revacinação.
OUTRAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
– Uso de calças e camisas de manga longa
– Sapatos fechados
– Aplicação de repelente nas áreas expostas do corpo
– Uso de mosquiteiro nos berços e carrinhos de crianças menores de seis meses de idade
SINTOMAS INICIAIS DA FEBRE AMARELA
– Início súbito de febre
– Calafrios
– Dor de cabeça intensa
– Dores musculares
– Dores no corpo em geral
– Náuseas e vômitos
– Fadiga
– Fraqueza
PATRÍCIA PASQUINI / Folhapress