Dias quentes e pressão baixa

Ana Gabriela Caldas
Ana Gabriela Caldas
Nascida em São José dos Campos, Ana Gabriela Caldas iniciou seus estudos em Medicina aos 18 anos e logo se decidiu pela Cardiologia. Ela se formou médica em 2012, realizou dois anos de Residência em Clínica Médica para então se dedicar à especialidade escolhida na cidade de São Paulo, onde sempre estiveram os principais hospitais cardiológicos do país e congressos da área. A formação em Cardiologista foi em 2018, pelo Hospital do Coração de São Paulo (HCor), com vinculação ao corpo clínico e início de atendimentos de consultório e visitas hospitalares, entre outras funções. Ana Gabriela Foi aprovada no Título de Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia no mesmo ano. Logo após, optou por se especializar numa área pouco conhecida, chamada Cardiogeriatria, que une três das suas paixões: os idosos, a Cardiologia e a avaliação e o tratamento do paciente como um todo. A conclusão da Cardiogeriatria foi no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em 2019, onde continuou como médica assistente voluntária da Seção de Cardiogeriatria, auxiliando na discussão de casos e ministrando aulas para os residentes. Foi dessa forma que Ana Gabriela conheceu seu esposo, também cardiologista atuante nos mesmos hospitais. Mais informações podem ser obtidas no site draanagabrielacardio.com.br.
ana gabriela caldas

É muito comum relatos de queda de pressão em dias e/ou locais muito quentes, especialmente em mulheres jovens. A visão vai ficando mais embaçada, escurecida, o som ao redor vai diminuindo e uma fraqueza intensa toma conta das pernas, até que a pessoa “apaga”.

A explicação é que nossas artérias – vasos sanguíneos responsáveis por transportar o sangue oxigenado que sai do coração, a todos os órgãos e tecidos – possui uma capacidade elástica, ou seja, consegue aumentar e diminuir seu calibre. Em dias frios, nossas artérias contraem – processo chamado de vasoconstricção – já nas altas temperaturas, vasodilatação.

Pela lei da física, quanto maior o raio (diâmetro do vaso), menor a pressão. Definimos a hipotensão arterial (“pressão baixa”) quando a pressão arterial se reduz a 90×60 mmHg (“nove por seis”) e, geralmente, vem acompanhada de sintomas incômodos, como moleza, sonolência e os acima descritos.

Além da vasodilatação, o suor em excesso sem a devida hidratação, diminui o volume sanguíneo circulante, o que também contribui para reduzir a pressão arterial.

O estresse térmico também faz com que o coração bombeie o sangue mais rápido para dissipar o calor e garantir o débito cardíaco. Por isso, além da pressão baixa, é comum os pacientes sentirem o coração mais acelerado.

A desidratação pode contribuir para aumentar a viscosidade do sangue, tornando-o mais espesso e propenso à formação de coágulos.

Apesar de mais comum em jovens, os idosos são muito acometidos pelos sintomas da pressão baixa. Muitos deles já são hipertensos e tomam medicamentos para reduzir a pressão arterial. Em dias quentes, esse processo se acentua ainda mais por uma questão peculiar ao envelhecimento: o centro da sede dos idosos – localizado no hipotálamo – é alterado, o que faz com que os mesmos quase não tomem líquidos.

Portanto, além das recomendações básicas para esses dias quentes, como vestir roupas mais leves e aumentar a ingesta hídrica, sugiro ainda: estimular o consumo de água de coco, de bebidas isotônicas e de frutas que contenham mais água, como a melancia, e praticar exercícios físicos ao ar livre nos horários mais frescos, como início da manhã e final da tarde. Na dúvida, procure sempre um cardiologista.

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