É muito comum relatos de queda de pressão em dias e/ou locais muito quentes, especialmente em mulheres jovens. A visão vai ficando mais embaçada, escurecida, o som ao redor vai diminuindo e uma fraqueza intensa toma conta das pernas, até que a pessoa “apaga”.
A explicação é que nossas artérias – vasos sanguíneos responsáveis por transportar o sangue oxigenado que sai do coração, a todos os órgãos e tecidos – possui uma capacidade elástica, ou seja, consegue aumentar e diminuir seu calibre. Em dias frios, nossas artérias contraem – processo chamado de vasoconstricção – já nas altas temperaturas, vasodilatação.
Pela lei da física, quanto maior o raio (diâmetro do vaso), menor a pressão. Definimos a hipotensão arterial (“pressão baixa”) quando a pressão arterial se reduz a 90×60 mmHg (“nove por seis”) e, geralmente, vem acompanhada de sintomas incômodos, como moleza, sonolência e os acima descritos.
Além da vasodilatação, o suor em excesso sem a devida hidratação, diminui o volume sanguíneo circulante, o que também contribui para reduzir a pressão arterial.
O estresse térmico também faz com que o coração bombeie o sangue mais rápido para dissipar o calor e garantir o débito cardíaco. Por isso, além da pressão baixa, é comum os pacientes sentirem o coração mais acelerado.
A desidratação pode contribuir para aumentar a viscosidade do sangue, tornando-o mais espesso e propenso à formação de coágulos.
Apesar de mais comum em jovens, os idosos são muito acometidos pelos sintomas da pressão baixa. Muitos deles já são hipertensos e tomam medicamentos para reduzir a pressão arterial. Em dias quentes, esse processo se acentua ainda mais por uma questão peculiar ao envelhecimento: o centro da sede dos idosos – localizado no hipotálamo – é alterado, o que faz com que os mesmos quase não tomem líquidos.
Portanto, além das recomendações básicas para esses dias quentes, como vestir roupas mais leves e aumentar a ingesta hídrica, sugiro ainda: estimular o consumo de água de coco, de bebidas isotônicas e de frutas que contenham mais água, como a melancia, e praticar exercícios físicos ao ar livre nos horários mais frescos, como início da manhã e final da tarde. Na dúvida, procure sempre um cardiologista.