A Autoridade Portuária de Santos (APS) planeja quatro condomínios logísticos retroportuários nas cidades de Guarujá, São Vicente, Santos e Cubatão, que somam 719 mil m², com capacidade para regular acesso e abrigar 2.820 caminhões. Na última cidade citada, porém, há um impasse. A administração municipal é contrária à decisão do local escolhido para a construção. A audiência pública marcada para debater estas questões, porém, foi desmarcada pela segunda vez.
Anteriormente agendada para 26 de fevereiro, a audiência pública, que havia sido programada para esta sexta-feira (14), foi suspensa a pedido da APS, junto à Frente Parlamentar Mista dos Portos Nacionais, devido à necessidade de atender providências formais relativas às quatro áreas indicadas para os projetos.
“Será necessário, antes da audiência, realizar uma visita prévia à área em Conceiçãozinha, em Guarujá; aguardar a publicação do decreto da nova Poligonal, que inclui a cidade de São Vicente na área do Porto Organizado, além de outras providências formais relativas aos espaços em Santos e Cubatão. Diante do pedido da APS para cumprimento das formalidades, a deputada federal Rosana Valle, que preside a Frente Parlamentar, concordou que a audiência ficasse suspensa até a conclusão das providências citadas.”, finalizou em nota para o Portal TH+.
Diante do ocorrido, o ex-prefeito de Cubatão, Ademário Oliveira, se manifestou sobre a suspensão, e se demonstrou confiante de que a decisão se deve aos apelos dos últimos meses.
“Claro que mesmo sabendo da importância do pátio né, mas, tinham-se áreas alternativas, inclusive da própria União.”
Ademário enfatizou que está na torcida, para que Anderon Pomini, presidente da APS, seja convencido de que Cubatão, neste momento, tem 60% de suas áreas de preservação permanentes, e a área escolhida, fica situada “bem no coração” dos três maiores bairros da cidade. “Então eu quero acreditar que tudo isso, esse cancelamento, se deu através de todos esses elementos nessa nova conjuntura. Espero em Deus que ele faça uma reflexão e retire isso de pauta, e comece a construir com prefeito César, que sempre esteve disposto a recepcionar, abrir o diálogo, desde que esse empreendimento não fosse instalado ali naquela redondeza.”
Por que Cubatão é contrária ao local escolhido?
A adminsitração municipal publicou uma carta aberta no site oficial: “Não somos contra a nova poligonal do Porto de Santos, porém a atividade econômica que a APS quer instalar em Cubatão não contribui para o desenvolvimento do nosso município no local escolhido, na Ilha do Tatu, área de preservação ambiental entre a interligação Anchieta-Imigrantes e Estrada Metalúrgico Ricardo Reis. Pelo contrário, causará sérios transtornos a milhares de famílias que vivem nos bairros estritamente residenciais como a Ilha Caraguatá, Jardim Casqueiro, Bolsões, Conjunto Rubens Lara e Parque São Luiz. Pesa ainda o fato do nosso Plano Diretor não permitir tal atividade nessa área.”.
Pátio de Caminhões
A iniciativa prevê atendimento completo aos caminhoneiros, incluindo assistência médica, entre outros serviços, para dar mais qualidade de vida a estes profissionais e disciplinar o tráfego dos cerca de 8 mil caminhões/dia que chegam à região em função da atividade portuária.
Estes condomínios funcionarão como pátios reguladores de acesso ao Porto, permitindo a passagem e o estacionamento de caminhões. Para tanto, receberão obras que incluem serviços de terraplenagem, implantação de piso intertravado, edificações, drenagem, cercamento e iluminação. As edificações abrigarão serviços aos caminhoneiros e também de outras áreas de Governo.