SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O eurodeputado francês Raphaël Glucksmann sugeriu neste domingo (16) que os Estados Unidos devolvessem a Estátua da Liberdade à França. Quase 140 anos depois de o monumento ter sido oferecido pela França aos americanos, o centro-esquerdista afirmou que os EUA já não representam os valores que levaram os franceses a fazê-lo.
“Vamos dizer aos americanos que escolheram ficar do lado dos tiranos: ‘Devolvam-nos a Estátua da Liberdade'”, disse Glucksmann. “Ela foi nosso presente para vocês. Mas, aparentemente, vocês a desprezam. Então, ela será mais feliz aqui conosco.”
A Casa Branca rejeitou o pedido do eurodeputado nesta segunda-feira (17). “Meu conselho para esse político francês anônimo e de baixo nível seria lembrá-lo de que é somente graças aos EUA que os franceses não falam alemão atualmente, então eles deveriam ser muito gratos ao nosso grande país”, afirmou a porta-voz Karoline Leavitt aos repórteres, fazendo referência ao fato de que os EUA, junto com outras forças aliadas, libertaram a França da ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Glucksmann iniciou a troca de farpas ao dizer que parecia que os EUA haviam começado a desprezar a estátua e o que ela simboliza. As políticas do presidente Donald Trump, em especial contra o que ele chama de “invasão de imigrantes” no território americano, destoam da mensagem de abertura e acolhimento simbolizada pelo monumento
Considerada um símbolo da liberdade, justiça e democracia, a Estátua da Liberdade foi presenteada pela França aos EUA em Paris no dia 4 de julho de 1884, no 108º aniversário da independência americana. Com 93 metros de altura e 204 toneladas, é reconhecida pela Unesco como um Patrimônio da Humanidade que pertence aos americanos.
Os comentários de Glucksmann também fizeram referência aos cortes drásticos de pessoal e gastos promovidos pelo departamento sob a batuta de Elon Musk -ainda que não oficialmente- no governo federal dos EUA, que afetaram muitos pesquisadores nas áreas de saúde e clima. Glucksmann sugeriu que a França poderia se beneficiar caso esses trabalhadores demitidos se mudassem para o país.
“Se vocês querem demitir seus melhores pesquisadores, se querem demitir todas as pessoas que, por meio da sua liberdade, inovação, e paixão pela pesquisa, tornaram seu país a potência mundial, então nós os receberemos”, afirmou o eurodeputado.
Redação / Folhapress