SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os dois homens presos sob suspeita de terem participado de um roubo que terminou com a vice-cônsul da Colômbia baleada não estavam armados, segundo a advogada deles, Mariana Muniz.
Por isso, ela afirma que os disparos que atingiram a diplomata partiram de um policial militar a paisana que estava no local. O caso aconteceu na sexta-feira (14) na avenida Nove de Julho, na região central de São Paulo.
O agente disparou após testemunhar o assalto, segundo mostram imagens de câmeras de segurança. A vice-cônsul, Claudia Ortiz Vaca, não era alvo dos ladrões. Ela estava passando na rua no momento que os suspeitos saíram correndo e foi atingida por uma bala perdida.
Questionada sobre quem efetuou o disparo, a Secretaria de Segurança Pública da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) não respondeu. Em nota, a pasta disse que o caso segue sob investigação por meio de um inquérito policial instaurado no 78º DP (Jardins) e que a arma do policial militar envolvido foi apreendido para perícia.
A ação foi registrada como lesão corporal decorrente de intervenção policial, disparo de arma de fogo e tentativa de roubo.
Na delegacia, o PM contou que estava em um carro de aplicativo, dois veículos atrás do táxi, quando percebeu que uma passageira estava sendo roubada.
Como um dos autores fez um movimento estranho e rápido, colocando a mão na cintura, ele disse ter sacado sua arma, se identificado como policial, e efetuado “alguns disparos”. Foi quando percebeu que a vice-cônsul da Colômbia havia caído no chão. A partir daí afirmou ter socorrido a vítima, que estava consciente, e que buscou estabilizá-la. O atual estado de saúde dela não foi divulgado.
Além disso, outros laudos periciais estão sendo elaborados para auxiliar no esclarecimento dos fatos. No dia do assalto, um dos envolvidos foi preso em flagrante –como a Folha mostrou, ele participou de um latrocínio, em 2023, quando tinha 17 anos.
Além disso, um adolescente foi apreendido na mesma data, sob suspeita, mas foi liberado por não haver indícios suficientes de sua participação no crime. O carro utilizado na fuga, um celular e uma quantia em dinheiro foram apreendidos.
A pasta afirma que as diligências continuam em andamento para identificar e prender os demais envolvidos.
ISABELLA MENON / Folhapress