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Oposição organiza boicote ao comércio na Turquia em ato contra prisão de prefeito

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A prisão do prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, provocou uma série de protestos em todo o país e levou a oposição turca a convocar um boicote comercial em massa, ampliando a mobilização para parar todas as compras durante um dia nesta quarta-feira (2).

O governo do presidente Recep Tayyip Erdogan, por sua vez, denunciou as ações como uma “tentativa de sabotagem econômica”, alertando que isso poderia prejudicar ainda mais a já fragilizada economia turca.

A prisão de Imamoglu, ocorrida há duas semanas, gerou uma onda de protestos e críticas ao governo, sob a acusação de que se trata de uma prisão com motivação política. Imamoglu, um dos principais rivais de Erdogan, foi escolhido para ser o candidato do Partido Republicano do Povo (CHP) à Presidência nas próximas eleições, mas foi preso antes disso.

Em resposta, o CHP convocou um boicote a empresas relacionadas ao governo. Contudo, nesta quarta-feira, a oposição ampliou seu apelo, pedindo aos cidadãos que parassem de fazer compras durante um dia inteiro como forma de protesto contra a prisão do prefeito e contra o que consideram uma tentativa antidemocrática de sufocar a oposição.

O boicote teve um impacto considerável nas principais cidades turcas, como Istambul e Ancara, onde as ruas, normalmente movimentadas, estavam mais vazias, e lojas e cafés mostraram queda significativa no movimento. Comerciantes, como Hayrettin, um lojista de Istambul que preferiu não revelar o sobrenome, apoiaram o boicote, afirmando que a ação era necessária para pressionar o governo. “O boicote é a decisão certa. Deveria ter acontecido antes. As pessoas precisam mostrar sua reação”, disse ele, destacando que muitos dos comerciantes vizinhos também aderiram ao boicote.

A resposta do governo não demorou a vir. O ministro do Comércio, Omer Bolat, classificou o boicote de uma tentativa de sabotar a economia do país. Bolat pediu que os cidadãos ignorassem o apelo da oposição e continuassem suas compras normalmente, advertindo que a paralisação das atividades comerciais teria consequências negativas para a economia. “São uma tentativa de sabotar a economia e incluem elementos de comércio desleal e concorrência injusta”, afirmou.

A Turquia já enfrenta uma grave crise econômica, com inflação de 39% e uma série de quedas na moeda local, o que agrava ainda mais o custo de vida para os cidadãos.

Na terça-feira (1º), o Ministério Público de Istambul iniciou uma investigação sobre os organizadores do boicote, acusando-os de incitar o ódio e tentar impedir que a população participasse das atividades econômicas.

Relação da Turquia com a União Europeia

Enquanto o boicote ganha força, a União Europeia também está reagindo aos acontecimentos na Turquia, especialmente após a prisão de Imamoglu. A UE anunciou que buscará “reavaliar cuidadosamente” sua relação com o país, considerando os recentes desenvolvimentos políticos. A Turquia, que é membro da Otan, a aliança militar ocidental, e tem sido uma aspirante à adesão à UE, enfrenta uma relação instável com Bruxelas, que reiteradamente tem pedido ao governo turco o respeito aos valores democráticos.

“Precisamos reavaliar cuidadosamente nossa relação e manter canais abertos para discutir questões de interesse mútuo, já que a Turquia é um parceiro estratégico para nós”, afirmou o porta-voz da Comissão Europeia, Markus Lammert.

A comissária de Ampliação da UE, Marta Kos, por sua vez, cancelou uma visita à Turquia, agendada para o final de abril, devido aos recentes acontecimentos, o que demonstra as crescentes preocupações da Europa com a situação política no país.

Redação / Folhapress

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