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Brasil aposta em acordos comerciais com países asiáticos, Canadá e México para se contrapor a Trump

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Brasil vai ampliar ou reativar negociações de acordos comerciais com países asiáticos, com o Canadá e o México para mitigar o impacto do tarifaço do presidente americano, Donald Trump. Segundo uma fonte do Planalto que acompanha negociações, o governo brasileiro vai adotar uma postura ofensiva na agenda comercial para compensar perda de mercado nos EUA e outros efeitos do tarifaço.

Uma das metas é ressuscitar o acordo Mercosul-Canadá. As negociações foram iniciadas em 2018, mas estão paradas. Segundo a fonte, autoridades canadenses já teriam manifestado interesse em aumentar integração com o Brasil. O país busca maneiras de reduzir dependência dos EUA, após ser vítima de uma série de tarifas de Trump.

No caso do México, a ideia é aproveitar a afinidade entre a presidente Claudia Sheinbaum, progressista, e o governo brasileiro e ampliar o acordo de complementação econômica com o México, aumentando o número de produtos cobertos.

Também na mira estaria uma aproximação com a Asean, o bloco de nações asiáticas. O governo brasileiro vai participar da cúpula da Asean com parceiros, em outubro, na Malásia, e deve estender viagem para Indonésia, outro candidato a um acordo comercial.

As visitas recentes do presidente Luiz Inácio Lula a Silva ao Japão e ao Vietnã também deram embalo a negociações comerciais, na visão do governo brasileiro. Em maio, o presidente Lula fará sua segunda visita à China no mandato atual, reforçando essa guinada para a Ásia.

O governo brasileiro espera anunciar, nos próximos meses, acordo comercial com os Emirados Árabes. Na visão do Planalto, o contexto pós-Trump também aumenta a chance de o Conselho Europeu aprovar o acordo UE-Mercosul no final do ano, apesar da resistência da França e outros países.

A ideia também é apostar em acordos que abranjam serviços e investimentos com países da América Latina, em vez de apenas bens.

O governo brasileiro não acredita que o presidente da Argentina, Javier Milei, alinhado a Trump, seria um empecilho à ofensiva comercial.

A mesma fonte do Planalto avalia que, muito provavelmente, o Brasil entraria com uma demanda na OMC (Organização Mundial de Comércio) contestando as tarifas dos Estados Unidos antes de usar a legislação aprovada no Congresso que prevê reciprocidade e permite retaliação.

Segundo a fonte, Brasil e EUA estão ainda na fase de negociações, com reuniões com funcionários do departamento de Comércio e do Escritório do Representante de Comércio. Recorrer à OMC seria uma medida mais simbólica do que efetiva, o governo brasileiro admite. Mas seria coerente com a aposta do Brasil no multilateralismo e poderia ser seguida por retaliação com o uso da lei aprovada no Congresso.

PATRÍCIA CAMPOS MELLO / Folhapress

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