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Segurança diz que ouviu gritos de ‘tiro’ antes de acidente com morte no metrô de SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pouco antes do acidente que causou a morte de um passageiro na estação Campo Limpo da linha 5-lilás do metrô, operada pela empresa ViaMobilidade, foram ouvidos gritos de “tiro”, segundo um segurança da empresa relatou no boletim de ocorrência.

O passageiro morreu na manhã desta terça-feira (6) depois de ficar preso entre o trem e a porta da plataforma da estação Campo Limpo, na zona sul de São Paulo.

Segundo o registro policial, um agente de segurança contou que estava com a equipe próximo às catracas, por volta das 8h10, quando ouviram barulhos vindos da plataforma.

De acordo com ele, um passageiro não identificado gritou “tiro, tiro”. Os seguranças foram até o local e viram a vítima, identificada como Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, 35, caída nos trilhos.

O segurança disse que ele apresentava ferimentos e já não tinha sinais vitais.

Segundo a ViaMobilidade, o passageiro não respeitou os avisos sonoros e luminosos.

“É com profundo pesar que a ViaMobilidade informa a morte de um passageiro após um acidente ocorrido por volta das 8h de hoje na estação Campo Limpo, da linha 5-lilás. Mesmo após todos os alarmes visuais e sonoros, ele tentou entrar no trem e acabou ficando preso entre as portas”, afirmou em nota.

Dois seguranças, acompanhados de um advogado, prestaram depoimento na tarde desta terça-feira na Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), que fica na estação Barra Funda. Passageiros ainda serão ouvidos pela polícia, que também fará perícia na composição envolvida no acidente, nas portas da plataforma e na estação.

Segundo relatos em redes sociais, passageiros começaram a gritar após o acidente e houve correria na estação.

Um passageiro disse que a cena foi desesperadora.

“A porta fechou, a primeira porta do desembarque dos passageiros e a porta do trem, junto com o rapaz. O trem passou por cima dele. Todo mundo começou a chorar na hora, foi desesperador. Não sei nem como mencionar na verdade, não tenho nem cabeça pra isso. Ele ficou preso entre o trem e a porta”, afirmou o gestor comercial Bruno Moreira Costa, em entrevista à TV Globo.

Durante a manhã, a circulação dos trens apresentava lentidão e maior tempo de parada entre as estações. A informação é de que a operação era afetada pela presença de pessoa na via, nas proximidades da estação Campo Limpo.

ESPECIALISTA APONTA FOLHA

Luis Kolle, presidente da AEAMESP (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô), afirmou que mesmo o passageiro tendo responsabilidade no acidente, houve falha no sistema.

“A atitude do passageiro foi indevida, mas a gente não pode culpar a vítima. Houve uma fatalidade, mas é preciso pensar na melhoria do sistema, porque se aconteceu de uma pessoa ficar presa, alguma coisa no sistema falhou”, afirmou.

De acordo com Kolle, em uma situação de risco o trem não deveria ter conseguido partir.

“O trem não deveria ter conseguido partir. Ali tem que ter um sensor, tem que detectar que tem uma pessoa ali. A porta de plataforma teria de abrir de novo. A porta do trem até poderia permanecer fechada, mas a porta de plataforma deveria abrir para a pessoa sair dali da zona de risco. Algum erro de procedimento, alguma falha aconteceu”, afirmou.

Apesar da avaliação, o presidente da associação reforçou que somente a perícia técnica vai poder afirmar as causas do acidente.

Questionada, a ViaMobilidade respondeu que está apurando se existe sensor entre a porta do trem e a porta de plataforma.

FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress

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