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Braskem estuda expansão no México após resolver gargalo logístico

CIDADE DO MÉXICO, MÉXICO (FOLHAPRESS) – Após anos operando abaixo da capacidade no México por problemas no suprimento de matéria-prima, a petroquímica Braskem celebra nesta quarta-feira (7) sua “libertação” logística e planeja investimentos para expansão das operações no país.

A empresa inaugura nesta quarta um terminal de importação de etano, matéria-prima para sua fábrica de polietileno em operação no país desde 2016 em parceria com a mexicana Idesa, empresa controlada pelo bilionário Carlos Slim.

É a primeira grande obra de expansão operacional da Braskem desde a inauguração de fábrica nos Estados Unidos em 2017. Com operações em dez países, a petroquímica brasileira é controlada pela Novonor (ex-Odebrecht) e Petrobras.

O investimento de US$ 450 milhões (R$ 2,5 bilhões, pela cotação atual) no terminal mexicano reduzirá a dependência que as operações têm da estatal local Pemex, primeira supridora de etano para a fábrica da Braskem Idesa, inaugurada em 2016.

A fábrica na cidade de Coatzocoalcos, na costa do Golfo do México, foi viabilizada por um contrato de suprimento de etano pela Pemex que começou a ser descumprido em 2018, levando a Braskem Idesa a operar com pouco mais da metade da capacidade esperada.

“Quem faz um investimento de capital intensivo como esse espera operar com capacidade total o tempo todo”, disse a presidente da Braskem Idesa, Isabel Figueiredo, em entrevista a jornalistas brasileiros na sede da empresa, na Cidade do México.

Em 2021, as duas empresas chegaram a um acordo que reduziu à menos da metade as compras da Pemex e garantiu à Braskem acesso a terrenos e vias marítimas para a operação do novo terminal que será inaugurado nesta quarta, batizado de Terminal Químico Puerto Mexico.

O produto é comprado dos Estados Unidos, de onde a Braskem Idesa já vinha obtendo parte do suprimento da fabrica com instalações provisórias. Agora, com o terminal, conseguirá obter volume suficiente para operar com capacidade total, o que espera atingir em agosto.

Com maior segurança sobre o suprimento, disse Isabel, a Braskem Idesa estuda expandir a capacidade de produção de polietileno em 20% a 25%, com investimento em um novo forno, cujo valor ainda está sendo avaliado.

“O terminal é nossa libertação logística”, afirmou a presidente da petroquímica. O investimento é uma parceria com a Advario, subsidiária para o setor petroquímico da gigante logística Oil Tanking.

A empresa investiu também US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) na construção de dois navios para o transporte de etano, parte de um projeto de começar a atuar também no segmento logístico e garantir maior confiabilidade no suprimento de matérias-primas.

Responsável por cerca de 15% da produção da Braskem, a Braskem Idesa tem foco no mercado mexicano, mas abastece também clientes no Caribe e América Central, além de algumas exportações para Estados Unidos e Alemanha, onde tem fábricas.

A presidente das companhia diz que a eventual expansão das operações, mesmo em um dos piores ciclos para a indústria petroquímica, tem o objetivo de complementar o mercado mexicano, substituindo importações que hoje chegam dos Estados Unidos.

O país importa 80% de seu consumo de polietileno, matéria-prima para a produção de plásticos usados em embalagens, por exemplo, e tenta por em prática um plano de redução de importações idealizado pelo governo Claudia Sheinbaum.

Isabel Figueiredo avalia que a empresa não será afetada negativamente pela guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Ninguém sabe ainda onde [a guerra comercial] vai parar, mas dependendo do que aconteça, pode beneficiar o México, que está com tarifa zero.”

Ela ressaltou ainda que o México tem acordos comerciais com cerca de 50 países e localização privilegiada, podendo inclusive se beneficiar de eventuais rearranjos nas cadeias produtivas globais. “Estamos bem posicionados”, concluiu.

NICOLA PAMPLONA / Folhapress

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