RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, negou nesta terça-feira (27) a possibilidade de eventos paralelos à conferência fora de Belém e disse esperar que o trabalho dos governos estadual e federal ajude a reduzir os preços da hospedagem na cidade sede.
Em evento sobre financiamento climático no Rio de Janeiro, ele disse também que a flexibilização do licenciamento ambiental aprovada pelo Congresso na semana passada não deve ter impacto sobre a realização da conferência do clima.
Corrêa do Lago foi questionado pela plateia a respeito de rumores sobre o deslocamento de parte da agenda da COP30 para fora de Belém, diante das dificuldades que participantes vêm relatando para encontrar acomodações na capital paraense.
“A ideia é ter, sim, tudo em Belém. A princípio, o que pode acontecer é que pode ter uma série de encontros antes, mas não em paralelo”, afirmou. Ele defendeu, porém, que a agenda de ação com o setor privado e entidades subnacionais seja baseada em Belém durante a COP.
André Corrêa do Lago disse que muitos questionamentos em relação à capacidade da capital paraense sediar a conferência do clima são “injustificáveis”.
“A questão complexa no momento se limita ao preço dos hotéis, que está incompatível com o que é necessário para que venham todas as delegações”, afirmou. “Se as delegações não conseguem vir por causa do preço, não tem conferência.”
O presidente da COP30 disse esperar grande participação do setor privado na conferência, como parte de um esforço da presidência brasileira para tentar transformar as resoluções negociadas pelos governos em medidas práticas no combate à mudança climática.
“O que temos reconhecido como diagnóstico é que as COPs têm sido extremamente dinâmicas em negociações de texto. No entanto, com diz o presidente Lula, a gente assina muitos documentos, mas não vê isso se refletir em ação e resultados”, afirmou.
“Queremos muito que essa seja uma COP que apresente soluções, para que possamos implementar com as coisas que já foram assinadas.”
Questionado pela plateia se a flexibilização do licenciamento ambiental às vésperas da conferência teria impacto sobre a imagem do Brasil, ele defendeu que o tema é uma discussão interna brasileira e que diversos outros países têm aprovado medidas de relaxamento.
“Acho que o mundo está animado de vir para a COP30 no Brasil em grande parte por sermos uma sociedade democrática, na qual as questões que serão debatidas [na conferência] são extremamente presentes na vida política, econômica e social”, disse.
NICOLA PAMPLONA / Folhapress
