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Algumas das músicas de Moda de Viola mais tocadas da história

A Moda de Viola é muito mais do que um estilo musical: é um retrato sonoro das raízes do Brasil rural, uma expressão profunda das emoções, das narrativas e do modo de vida sertanejo. 

Com letras que falam de saudade, religiosidade, natureza e amor, esse gênero tradicional atravessa gerações e permanece como um patrimônio vivo da cultura nacional.

Sobre a Moda de Viola

A Moda de Viola é uma expressão da música caipira que se destaca como sendo seu maior exemplo, entre outros ritmos e estilos formados a partir das toadas, cantigas, viras, canas-verdes, valsinhas e modinhas, união de influências europeias, ameríndias e africanas. 

Originadas na região centro-oeste e sudeste do Brasil, mas também presentes na região nordeste, a moda de viola é uma narração feita em ritmo recitativo, onde o cantador tem que contar uma história que trazem como temática dominante três aspectos básicos: a saga dos boiadeiros e lavradores, o anedotário caipira e as histórias trágicas de amor e morte. 

As modas de viola são normalmente cantadas em duas vozes, com um intervalo musical de terça e acompanhamento de viola. 

As primeiras modas de viola foram gravadas a partir de 1929 (“Jorginho do Sertão”, adaptação do folclore paulista), após o pioneiro trabalho de Cornélio Pires, com destaque para as duplas Mandi e Sorocabinha, Zico Dias e Ferrinho, Caçula e Marinheiro, Laureano e Soares, e mais tarde Tonico e Tinoco, Torres e Florêncio e muitas outras duplas

Nesta seleção, destacamos algumas das músicas de moda de viola mais tocadas e conhecidas da história, aquelas que se tornaram verdadeiros hinos e continuam sendo entoadas por violeiros e fãs em todas as regiões do país.

Algumas das modas de Viola mais tocadas da história

  • 1. Chico Mineiro – Tonico & Tinoco (1946)

Uma das mais emblemáticas modas de viola da história, “Chico Mineiro” é uma narrativa comovente sobre amizade, identidade e perda. Composta por Tonico, Francisco Ribeiro e Teddy Vieira, a canção narra o trágico destino de um amigo, descoberto como irmão após sua morte. 

A música se tornou um marco absoluto da música sertaneja raiz, sendo regravada inúmeras vezes e até hoje arrancando lágrimas e lembranças em quem a escuta.

  • 2. Cabocla Tereza – Raul Torres & Florêncio (1940)

Grande clássico, “Cabocla Tereza” é uma das narrativas mais dramáticas e conhecidas da moda de viola. A canção – escrita por Raul Torres e João Pacífico e lançada por Raul Torres  e Serrinha, em 1950 – retrata o amor impossível entre um homem e a jovem Tereza, culminando em um desfecho trágico. 

A interpretação pungente, aliada à melodia da viola caipira, imortalizou essa canção como uma das mais tocadas e reverenciadas do gênero.

  • 3. Menino da Porteira – Luizinho e Limeira (1955)

“Menino da Porteira” é uma canção que transcendeu o universo da moda de viola para se tornar um dos maiores clássicos sertanejos de todos os tempos. 

Narra, na primeira pessoa do singular, a história de um boiadeiro da cidade vizinha de Borda da Mata, que, ao passar por Ouro Fino, trajeto de sua cidade natal, costumava se deparar com um menino que abria as porteiras da estrada para a passagem do gado em troca de algumas moedas; um dia, o menino é fatalmente atacado pela boiada, fato que abala profundamente o boiadeiro.

Composição de Teddy Vieira e Luisinho, a canção foi lançada em 1955, pela dupla Luizinho e Limeira, mas ganhou popularidade nacional quando gravada por Sérgio Reis, em 1973.

Mais tarde, o cantor Daniel trouxe ainda mais visibilidade à canção, quando a gravou em 2009 para o filme “O Menino da Porteira”, baseado na história da música.

  • 4. Tristeza do Jeca – Tonico & Tinoco (1924)

Escrita por Angelino de Oliveira, mas eternizada nas vozes de Tonico & Tinoco, em 1947, “Tristeza do Jeca” é um verdadeiro hino do homem do campo. A canção fala da solidão, das dificuldades e da saudade de quem vive na lida rural. Considerada uma das músicas mais representativas da música caipira, permanece entre as mais tocadas e gravadas do repertório sertanejo tradicional.

Foi gravada pela primeira vez em 1924, em versão instrumental da Orquestra Brasil-América. Em 1926, o cantor Patrício Teixeira gravou a primeira versão com letra. A canção se tornou popular em 1937, quando gravada pelo cantor Paraguassu

Ganhou diversas versões ao longo dos anos, incluindo de grandes nomes da música brasileira, como Amácio Mazzaropi, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Almir Sater, Luiz Gonzaga, Nelson Ned, Tonico & Tinoco, Sérgio Reis e Zezé Di Camargo & Luciano. 

No cinema, o longa-metragem “Tristeza do Jeca”, dirigido por Amácio Mazzaropi em 1961, o personagem Jeca Tatu interpreta a canção. 

  • 5. Amargurado – Tião Carreiro (1973)

“Amargurado” é considerada uma das mais importantes modas de viola da história, não apenas pela força de sua melodia melancólica, mas também por marcar a trajetória de Tião Carreiro como compositor e intérprete. 

A canção fala sobre a dor do amor não correspondido, um tema clássico e recorrente na música caipira, mas com uma interpretação intensa e visceral que a tornou um verdadeiro hino do gênero. Extremamente tocada em rodas de viola, bares e festivais sertanejos, “Amargurado” consolidou-se como uma das peças mais emblemáticas da tradição caipira.

  • 6. Saudade da Minha Terra – Belmonte & Amaraí (1969)

Outro marco da música sertaneja, “Saudade da Minha Terra” é um retrato melancólico da vida do migrante que deixa o campo em busca de uma vida melhor na cidade. 

A interpretação emocionada da dupla Belmonte & Amaraí consolidou essa música como uma das mais tocadas da história da moda de viola, reverberando especialmente no interior brasileiro.

Composição de Belmonte em parceria com Goiá, lançada por Belmonte & Amaraí em seu álbum “O Fino da Roça”, de 1969, a música ganhou ainda mais projeção quando regravada por Chitãozinho e Xororó, em 2007.

  • 7. Beijinho Doce – Nhô Pai (1945)

“Beijinho Doce” é uma canção composta por João Alves dos Santos, o Nhô Pai, gravada pela primeira vez em 1945, pelas Irmãs Castro, dupla formada por Maria de Jesus Castro e Lourdes Amaral Castro. A gravação das irmãs obteve relativo sucesso, mas somente em 1950, com o filme “Aviso Aos Navegantes”, a canção passou a ser conhecida nacionalmente nas vozes de Adelaide Chiozzo e Eliana Macedo, grandes estrelas da Atlântida Cinematográfica

A canção já teve inúmeras gravações e também foi sucesso nas vozes das Irmãs Galvão. Em 2008, foi tema das personagens Flora e Donatella, que formavam a dupla sertaneja Faísca e Espoleta, na novela da Rede Globo, “A Favorita”

  • 8. “Rei do Gado” – Tião Carreiro & Pardinho (1961)

“Rei do Gado” é um dos maiores clássicos da moda de viola e da música sertaneja raiz, eternizado na interpretação da lendária dupla Tião Carreiro & Pardinho. A canção exalta a figura emblemática do boiadeiro bem-sucedido, símbolo de poder, liberdade e destreza no campo. 

Composta por Teddy Vieira, considerado um dos maiores compositores sertanejos, e Lourival dos Santos, “Rei do Gado” é uma narrativa de orgulho e identidade rural. O sucesso da música se deve não apenas à letra, que sintetiza o imaginário do homem do campo como herói e senhor do seu destino, mas também ao estilo característico de Tião Carreiro & Pardinho, com o inconfundível toque da viola caipira e as harmonias vocais impecáveis. 

A canção consolidou-se como um verdadeiro hino da música sertaneja tradicional, atravessando gerações, sendo regravada por inúmeros artistas e até inspirando a famosa telenovela “O Rei do Gado” (1996), que reacendeu o interesse pela música no Brasil inteiro. 

“Rei do Gado” permanece, até hoje, como uma das modas de viola mais executadas em festivais, encontros de violeiros e celebrações do universo sertanejo, reafirmando a importância de Tião Carreiro & Pardinho como mestres absolutos do gênero.

  • 9. “Couro de Boi” – Tião Carreiro & Pardinho (1954)

Mais uma joia, “Couro de Boi” é considerada um dos maiores clássicos do repertório de moda de viola. A música conta a história de um homem que abate um boi para cumprir uma promessa religiosa, explorando temas de fé, tradição e sacrifício, muito caros ao universo sertanejo. A força da interpretação e a sonoridade marcante da viola a tornaram uma das mais tocadas da história.

Composição de Palmeira e Teddy Vieira, a música foi lançada pela dupla Palmeira e Biá em 1954. Depois foi regravada por nomes como Sérgio Reis e Tonico e Tinoco.

  • 10. Moda da Pinga (Marvada Pinga) – Inezita Barroso (1940)

Uma moda de viola muito divertida e que, inicialmente, era intitulada “Festança no Tietê”, mas o nome que pegou mesmo foi o de “Moda da Pinga (Marvada Pinga)”. A moda é uma composição de Ochelsis Laureano que foi gravada por Raul Torres no ano de 1937, mas que foi imortalizada na voz marcante deInezita Barroso em 1953.

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