SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Banheiros químicos colocados em diferentes pontos do centro de São Paulo para o público que foi à Virada Cultural no último fim de semana permaneceram por ao menos mais três dias antes de serem recolhidos durante esse período, eles permaneceram sujos e com um odor desagradável a quem passa perto.
A reportagem viu o equipamento na noite de terça (27) e de quarta (28) em ao menos dois pontos da região.
Procurada, a gestão Ricardo Nunes (MDB) confirmou que os banheiros só foram retirados na noite de quarta, cerca de 72 horas após o fim da Virada, na noite de domingo (25).
A prefeitura disse ainda que a demora aconteceu por uma questão de logística, pois o evento teve atrações em diferentes bairros da cidade. Por isso, foram necessários mais dias para o recolhimento de todos os equipamentos.
Na madrugada de quarta, dezenas de banheiros químicos colocados no largo Arouche ainda estavam no local. A poucos quilômetros dali, na praça da República, o cenário era se repetia, embora em um número menor de equipamentos. Estruturas que serviram como camarins para os artistas convidados também estavam no local.
Os banheiros alugados por empresas terceirizadas além de não removidos, não foram limpos. No interior, além de dejetos orgânicos que deixaram nos arredores um forte odor, haviam copos com água parada, contribuindo como possíveis criadouros de dengue.
Em entrevista coletiva no último dia 15 no Theatro Municipal, Nunes deu detalhes sobre a Virada e afirmou que o evento tinha uma verba de R$ 60 milhões. Ele não detalhou quanto disso seria usado especificamente com os banheiros químicos.
A prefeitura disse que foram contratados para a Virada 1.780 agentes de limpeza das ruas, 200 catadores de resíduos recicláveis e 360 caminhões de limpeza.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal das Subprefeituras e com a Secretaria Executiva de Limpeza Urbana para perguntar sobre quais as empresas contratadas e qual a verba destinada para a prestação do serviço, mas nenhuma delas respondeu sobre esses pontos.
“A SPTuris informa que os banheiros químicos instalados no Largo do Arouche e na Praça da República foram retirados na noite de quarta-feira (28)”, disse a nota enviada pela prefeitura. “São diferentes empresas fornecedoras, e o custo unitário de cada banheiro químico por dia é R$ 272 reais, sendo pago apenas pelos dias de uso durante o evento. Ou seja, esse valor cobre somente o período em que o banheiro é utilizado, não incluindo os custos de entrega na montagem nem a retirada após a desmontagem.”
GABRIEL VARGAS / Folhapress
