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Parcela da população com ensino superior ultrapassa 20% no Brasil pela primeira vez, diz IBGE

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A parcela da população de 25 anos ou mais com ensino superior completo teve novo crescimento no Brasil, aumentando de 19,7% em 2023 para 20,5% em 2024, segundo dados divulgados nesta sexta (13) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

É a primeira vez na série histórica que o patamar passa de 20%. Os números integram um módulo de educação investigado desde 2016 na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Naquele ano, o ensino superior completo era uma realidade para 15,4% da população de 25 anos ou mais.

“Os dados da Pnad mostram que cada vez mais as pessoas estão permanecendo na escola. Naturalmente, a demanda por ensino superior aumenta”, disse William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE.

Conforme a Pnad, o número médio de anos de estudo das pessoas de 25 anos ou mais foi calculado em 10,1 em 2024. O indicador estava em 9,9 anos em 2023 e em 9,1 em 2016.

A ampliação do ensino superior já havia sido identificada em outros levantamentos, inclusive no Censo Demográfico 2022, também produzido pelo IBGE.

Analistas associaram o movimento a uma combinação de fatores. A lista inclui a adoção de políticas públicas na área de ensino, como Fies, Sisu, Enem, Prouni e cotas, além da expansão da modalidade EAD (educação a distância) nos últimos anos.

A população de 25 anos ou mais com ensino superior completo é composta por 29,2 milhões de pessoas no país, segundo a projeção da Pnad. É quase o dobro do total de habitantes estimado pela pesquisa na Bahia (15,1 milhões).

O levantamento não faz comparações com outros países, mas diferentes análises já sinalizaram mais dificuldades no acesso à graduação no Brasil, mesmo com a ampliação nos últimos anos.

Em 2023, o ensino superior chegava a 39,9% da população de 25 a 64 anos em uma média de países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), segundo estatísticas disponíveis no site da instituição.

O percentual alcançava 63,3% no Canadá e 53,4% na Austrália, também na faixa de 25 a 64 anos. Entre os países latinos com dados publicados pela OCDE, as porcentagens foram de 28,9% na Colômbia, de 25,3% na Costa Rica e de 21% no México.

DESIGUALDADES PERSISTEM NO BRASIL

Os dados do IBGE apontam que as desigualdades persistem no Brasil, apesar do avanço do ensino superior. Em 2024, a parcela da população de 25 anos ou mais com graduação foi de 29% entre os brancos e de 13,7% (menos da metade) entre os pretos ou pardos, diz o instituto.

Entre as regiões, os maiores percentuais ocorreram no Centro-Oeste (24,7%), no Sudeste (24%) e no Sul (21,2%), todos acima da média nacional (20,5%). Norte (16,7%) e Nordeste (14,3%) apareceram depois.

Entre as unidades da federação, Distrito Federal (38,9%), São Paulo (25,9%) e Rio de Janeiro (25,5%) mostraram os maiores percentuais. Maranhão (12,5%), Bahia (13,6%) e Ceará (13,9%) tiveram os menores índices.

72,6% DOS ALUNOS NA GRADUAÇÃO ESTUDARAM NA ESCOLA PÚBLICA

O IBGE também afirma que, em 2024, 72,6% das pessoas que frequentaram o ensino superior haviam cursado todo o nível médio em escolas da rede pública. É um percentual maior do que o registrado no início da série histórica, em 2016 (67,8%).

“É um sinal bastante positivo. Mostra que, mesmo diante das dificuldades, a escola pública é muito importante na formação das pessoas na sua trajetória escolar”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.

Ainda de acordo com ela, cotas e outros programas que buscam expandir o ensino superior podem ter contribuído para a entrada na universidade de alunos de escolas públicas com mais dificuldades socioeconômicas.

Em 2024, 23,9% das pessoas que frequentaram a graduação haviam cursado todo o nível médio na rede privada. É um percentual menor do que o registrado no início da série histórica, em 2016 (28,2%).

Os dados do IBGE analisam somente a entrada no ensino superior, em universidades públicas ou privadas. As informações não detalham se os estudantes conseguiram completar os cursos.

LEONARDO VIECELI / Folhapress

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