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Corpo de Bira Presidente será velado hoje no Rio de Janeiro

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O velório de Ubirajara Félix do Nascimento, o Bira Presidente, acontece nesta segunda-feira (16), das 14h às 16h30, na Capela 9 do Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, no Rio de Janeiro.

Ele morreu no final da noite de sábado, aos 88 anos, em decorrência de complicações relacionadas ao câncer de próstata e ao Alzheimer.

MORTE

O sambista estava internado no Hospital da Unimed Ferj, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. O artista enfrentava um “quadro clínico delicado”, de acordo com um comunicado emitido no início desta semana. O sambista deixa duas filhas, dois netos e uma bisneta. Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento do sambista.

REFERÊNCIA DO SAMBA

Bira foi fundador do tradicional bloco Cacique de Ramos e do grupo Fundo de Quintal. “Sua atuação no Cacique de Ramos moldou o bloco e o samba, o Doce Refúgio se tornou um espaço de referência cultural. No Fundo de Quintal, foi o ponto de partida de uma linguagem que redefiniu a roda de samba e inspirou gerações”, postou o bloco carioca no Instagram.

Ubirajara Félix do Nascimento nasceu no Rio de Janeiro em 23 de março de 1937. Filho de uma mãe de santo e um serralheiro, foi apresentado ao samba pelo pai, que frequentava rodas de samba e choro com nomes como Donga, Pixinguinha, Carlos Cachaça, Honório Guarda e Gastão Viana.

Em janeiro de 1961, fundou o Grêmio Recreativo Cacique de Ramos. O bloco, um dos mais tradicionais do Carnaval carioca, tem em sua história frequentadores como Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Arlindo Cruz e mais. Em sua sede, em Olaria, há duas tamarineiras famosas por realizarem desejos e abençoarem carreiras no samba.

Foi Bira quem selou a paz entre o Cacique de Ramos e seu principal rival, o Bafo da Onça. O segundo, fundado cinco anos antes, ficou ameaçado com o crescimento do Cacique de Ramos. Em 1967, quando o bloco de Bira foi sucesso de público, a rivalidade entre os dois se acentuou, com brigas entre os foliões. Bira, então, foi à sede do Bafo da Onça — acompanhado de dois amigos, caso a paz não fosse possível. Recebido com desconfiança, respondeu dizendo que o rival era, na verdade, uma inspiração para seu bloco. Deu certo: foi levado a uma roda de samba e os blocos viraram parceiros.

“Em 1967, o Cacique de Ramos explodiu, e o Bafo não aceitou porque eles reinavam sozinhos no Carnaval, então começou a haver agressões entre aqueles que frequentavam os blocos. Pensei que um dia poderia morrer alguém e decidi selar a união”, disse Bira Presidente em entrevista ao jornal O Globo em 2013.

Em 1979, nasceu o grupo Fundo de Quintal. O conjunto já se apresentava no Cacique de Ramos, mas nesse ano foi convidado a participar do show “Samba é no fundo de quintal” no Teatro Opinião — o que deu origem ao nome. A formação inicial tinha Bira (pandeiro), seu irmão Ubirany (repique de mão), Sereno (tantã), Almir Guineto (banjo), Jorge Aragão (violão), Sombrinha (violão) e Neoci (tantã).

O Fundo de Quintal representou uma revolução no mundo do samba. O grupo consolidou o “pagode de mesa”, a configuração de roda de samba mais conhecida nos dias desta segunda-feira (16).

Redação / Folhapress

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