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Trump diz que urânio enriquecido em instalação do Irã não foi retirado antes de ataque

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (26) que o material da instalação nuclear iraniana estava intacto no momento do ataque de Washington no fim de semana, divergindo da versão de Teerã, que afirma ter removido o urânio do local para protegê-lo dos bombardeios, e da própria agência de inteligência americana, cuja análise ainda é inconclusiva.

“Os carros e pequenos caminhões no local eram de trabalhadores de concreto tentando cobrir o topo dos poços. Nada foi retirado da instalação. Levaria muito tempo, seria muito perigoso, e é muito pesado e difícil de mover!”, escreveu o republicano na sua plataforma, a Truth Social, sem fornecer evidências.

De acordo com um relatório preliminar da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA (DIA, na sigla em inglês) vazado para a imprensa no começo da semana, os ataques atrasaram o programa nuclear do Irã em apenas alguns meses e não eliminaram por completo as centrífugas nem as reservas de urânio enriquecido a um nível próximo dos 90% necessários para produzir armas nucleares.

O resultado contraria o que vem sido dito oficialmente pelo governo e deixa Trump em uma situação desfavorável, já que a preservação do elemento pelo país persa significaria um saldo pequeno para o republicano às custas de um risco elevado, que foi o de entrar no conflito entre Israel e Irã após passar anos criticando a política intervencionista americana.

Nesta quarta (24), uma reportagem do jornal The Washington Post afirmou que a Casa Branca planeja limitar o compartilhamento de informações confidenciais com o Congresso após o vazamento do relatório.

Em uma entrevista coletiva para tentar minimizar o impacto da divulgação do relatório, o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, repetiu nesta quinta a declaração divulgada por outra agência de inteligência americana, a CIA, de que as instalações nucleares do Irã foram “severamente danificadas”.

Em um comunicado nesta quarta, o diretor do órgão, John Ratcliffe, afirmou que a agência confirma que o programa nuclear do Irã foi severamente danificado. “Isso inclui novas informações de que várias instalações nucleares iranianas importantes foram destruídas e teriam que ser reconstruídas ao longo de anos”, afirmou.

Ao lado do general Dan Caine, Hegseth afirmou que os militares vão demorar um tempo para ter a dimensão exata dos estragos causados, mas que ele resolveu falar para desmentir o relatório.

O secretário passou a maior parte da entrevista fazendo críticas à imprensa que, para ele, deveria ter se concentrado em exaltar o feito de Trump. “Procurando escândalos, vocês perdem momentos históricos como o recrutamento no Pentágono, níveis históricos no Exército, na Força Aérea e na Marinha.”

Segundo ele, “relatórios preliminares são sempre errados” e urge à imprensa apurar a história toda e não só informações que, na sua opinião, são enviesadas. Afirmou ainda que o relatório da DIA era de “baixa confiança”.

Hegseth também se esquivou de perguntas sobre se os EUA tinham certeza que o urânio iraniano estava nas três instalações atacadas. “Não tenho conhecimento de qualquer relatório de inteligência de que urânio enriquecido tenha sido movido pelo Irã antes dos ataques”, limitou-se a dizer.

As declarações reforçam a ideia de que, durante a operação militar, Washington se fiou mais na inteligência de Israel do que na americana, o que Trump nega. No domingo (22), o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou ter “informações interessantes” sobre a localização do urânio enriquecido do Irã.

“Eu disse a ele [Trump] sobre a nossa necessidade de agir, e ele entendeu muito bem. E eu sabia que, quando a situação ficasse crítica, ele faria a coisa certa”, afirmou o premiê na ocasião.

Questionado sobre a fala do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, de que os EUA não destruíram seu programa nuclear, ele afirmou que a inteligência americana continuará a monitorar o país. “O Irã terá de dizer muitas coisas agora para melhorar a imagem deles, mesmo internamente. Mas estamos observando de perto.”

JULIA CHAIB / Folhapress

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