Uma mulher de 24 anos foi presa, nessa sexta-feira (28) acusada de matar a amiga, que estava grávida de 38 semanas, para ficar com o bebê dela. A morte teria acontecido com uma série de pancadas de tijolo na cabeça. A criança foi retirada do útero da mãe e também acabou ferida, mas resistiu e está internada. A identidade da assassina não foi revelada.
O crime ocorreu em Canelinha, cidade de 12 mil habitantes na Grande Florianópolis, em Santa Catarina. O bebê foi retirado do ventre da mãe, Flávia Godinho Mafra, com ajuda de um estilete. O companheiro da suspeita de assassinato também foi preso.
A mãe da criança, de 25 anos, estava desaparecida desde a quinta-feira (27), quando saiu de casa para participar de um chá de bebê surpresa. Ela foi encontrada morta, em uma cerâmica, já sem o bebê.
Segundo a Polícia Civil, a suspeita disse em depoimento que teria matado a vítima com um golpe de tijolo na cabeça. Ela afirmou que inventou a história do chá de bebê como forma de atrai-la.
Admissão
Segundo o Delegado Paulo Alexandre Freyesleben e Silva, responsável pelo caso, a mulher admitiu ter contado à vítima que haveria um chá de bebê como forma de atraí-la.
Ela não contou aos familiares sobre a perda por causa da expectativa que haviam criado e, por isso, teve a “ideia” de roubar o bebê da vítima, de quem era amiga de infância. Ela teria ainda simulado um parto espontâneo com a ajuda de populares.
Ainda de acordo com o depoimento da autora do crime, ela levou a grávida para o bairro, onde teria dado um golpe com um tijolo na cabeça da vítima, que caiu no chão. Na sequência, ele teria dado novos golpes. Depois, utilizado um canivete para cortar a barriga de Flávia e retirar o bebê.
Criança
Após o crime, a amiga da vítima teria ido ao hospital e apresentado a criança, alegando um parto espontâneo com a ajuda de terceiros. Como ela não apresentava indícios de um parto recente, o bebê foi encaminhado ao Hospital Infantil Joana Gusmão, de Florianópolis. A recém-nascida apresentava cortes nas costas, possivelmente causados pelo estilete utilizado no crime.
Com informações da Secretaria do Estado de Santa Catarina, a bebê foi medicada com antibióticos e remédios para dor, devido as lesões, mas passa bem. A dupla segue detida e aguarda para prestar depoimento.
Na região
O caso registrado em Canelinhas é semelhante ao ocorrido em Pitangueiras em outubro de 2016. Mirian Aparecida Siqueira foi condenada a 34 anos e seis meses de prisão por matar uma adolescente grávida e tentar ficar com a criança. Na época, ela também fingia estar esperando um bebê.
Mirian, hoje com 29 anos, está presa desde o crime e respondeu às acusações de homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, meio cruel e dissimulação –, fraude processual e ocultação de cadáver.
Diferente do caso de Santa Catarina, entretanto, a criança também morreu.