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Haddad diz que ajuste fiscal foi colocado em segundo plano porque ‘turma da cobertura’ não quer pagar a conta

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro Fernando Haddad (Fazenda) voltou nesta sexta-feira (27) à Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), onde afirmou que o ajuste fiscal foi colocado em segundo plano após o governo “chamar a turma da cobertura” para pagar a conta.

O discurso ocorreu dois dias após o Congresso Nacional derrubar os decretos presidenciais que aumentaram o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Questionado sobre a possibilidade de o governo recorrer ao Judiciário para restabelecer a taxação, o ministro disse que aguarda uma decisão do presidente Lula, que ainda está ouvindo outros ministros.

Durante a palestra a alunos e professores da instituição, onde estudou no início da década de

1980, o ministro disse que, historicamente, ajuste fiscal é sinônimo de supressão de direitos, e quem paga a conta normalmente é quem ganha salário mínimo, aposentado, servidor público ou o “pessoal da periferia”.

“Quando a gente fala, ‘então vamos chamar a turma da cobertura para pagar o condomínio’, aí é um espanto. Aí não é possível. Sabe o que acontece? Curiosamente, o ajuste fiscal fica em segundo plano. Ele não é mais interessante. Ninguém mais fala desse assunto.”

O ministro disse que a desigualdade é a principal fragilidade do Brasil e que essa questão precisa ser corrigida junto com o ajuste fiscal, e não posteriormente.

“Depois, a desigualdade vai ser maior. Então vamos fazer o ajuste certo. Vamos fazer o correto. Vamos cobrar a parte de quem não contribui hoje para a gente ter um país melhor.”

Em conversa com o C-Level Entrevista, novo videocast semanal da Folha de S.Paulo, na quarta (25), o ministro já havia reforçado o discurso do governo de que as medidas de aumento de impostos atingem o chamado andar de cima da população brasileira, que ele chamou de “morador da cobertura” do país.

Nesta sexta, o ministro também falou sobre a ascensão da extrema direita no Brasil e em outros países, defendendo que a chamada ala progressista vá para o embate e reconhecendo que esse campo político precisa reapresentar para o mundo um projeto de transformação social.

“Não é hora de se recolher. Você pode até abaixar a guarda quando está tudo bem, mas não é o caso. Agora é hora de vestir o uniforme do embate.”

O ministro participou de palestra a convite da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), onde foi aplaudido por alunos e professores da instituição após o discurso e demandado a tirar muitas fotos.

EDUARDO CUCOLO / Folhapress

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