As startups Educacross e Phelcom, ligadas ao Parque Tecnológico de Ribeirão Preto, estão na final do prêmio global WSA (World Summit Awards), iniciativa relacionada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ONU). As empresas foram ganhadoras da etapa nacional da competição, nas categorias Aprendizado e Educação, e Saúde e Bem Estar, respectivamente.
O prêmio tem o objetivo de promover as melhores inovações digitais do mundo, valorizando a sua contribuição à inclusão e acessibilidade digitais, levando em consideração como as iniciativas contribuem para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
A etapa nacional terminou no final de agosto, contou com outras seis categorias: Assentamentos inteligentes e urbanização; Cultura e Turismo; Governo e engajamento do cidadão; Inclusão e empoderamento; Meio ambiente e energia verde; e, Negócios e comércio.
A etapa mundial acontecerá em Dubai com a participação de startups de 180 países.
Aprendizado e educação
Ganhadora na categoria Aprendizado e Educação, a Educacross é uma Edtech que atua com escolas em 20 estados brasileiros. Graduada na incubadora do Supera Parque, a empresa utiliza metodologia própria, unindo Games e Inteligência Artificial, com a missão de potencializar o ensino e a aprendizagem de matemática para crianças do Ensino Fundamental.
Érica Stamato, CEO da startup, explica que o ensino e o aprendizado da matemática é um desafio, principalmente, no Ocidente. “O desenvolvimento do pensamento matemático favorece de forma ímpar a aquisição de outras áreas do conhecimento, sendo essencial para o pleno desenvolvimento humano e estratégico, e para o crescimento socioeconômico de um país”, diz.
Para facilitar essa tarefa, a Edtech desenvolveu uma plataforma que utiliza o sistema de aprendizado baseado em jogos (game-basead-learning), para que os alunos interajam com os jogos de forma lúdica e envolvente, permitindo uma aprendizagem ativa e significativa. “A partir dessa interação, um conjunto de algoritmos, técnicas, estatísticas e ferramentas analíticas entregam aos alunos experiências personalizadas, e os professores recebem informações sobre a interação e o desempenho dos alunos”.
A partir disso, os professores conseguem analisar o desempenho individual e coletivo dos alunos, e propor ações pedagógicas que otimizem a aprendizagem. “A plataforma é dotada de personalização, recomendação, gamificação e análise dos dados, que garantem a avaliação contínua e em tempo real, em virtude da convergência de técnicas computacionais como a Inteligência Artificial e o Big Data”, explica. A plataforma é formada por mais de 2 mil jogos, com mais de 2 milhões de desafios. Desde que foi criada, em 2016, foram mais de 50 milhões de missões resolvidas.
“Queremos impactar 1 milhão de pessoas até 2022 e depois 1 bilhão de pessoas até 2026. A Educacross vai mudar a forma como a aprendizagem acontece no mundo e vai transformar a Educação de vez”, completa Reginaldo Gotardo sócio e cofundador da empresa.
Saúde e bem estar
A Phelcom, startup incubada no Supera Parque, foi a vencedora na categoria Saúde e Bem Estar com o Eyer, câmera oftalmológica portátil que permite a realização de exames da retina e frente do olho a partir de um aparelho celular. O aparelho permite a detecção de doenças como retinopatia diabética, glaucoma, degeneração macular, catarata e pterígio.
“A solução desenvolvida pela Phelcom permite democratizar o acesso à exames de retina e ajuda na prevenção da cegueira e deficiência visual grave, que atinge cerca de 250 milhões de pessoas e mais de 75% dos casos poderiam ser evitados”, explica José Augusto Stuchi, cofundador e CEO da startup.
Uma das principais vantagens da inovação diz respeito à portabilidade, que permite que o aparelho seja levado às comunidades mais remotas ou carentes e que, normalmente, têm acesso limitado aos exames. “O aparelho é de fácil operação, o que significa que qualquer profissional de saúde minimamente treinado pode usá-lo para realizar exames de retina em menos de um minuto. Os exames são automaticamente sincronizados com a internet, habilitando o diagnóstico remoto”, diz.
Os aparelhos estão há um ano e meio no mercado com aprovação do Inmetro e Anvisa. O próximo passo é conquistar o mercado norte-americano, com o registro FDA, adquirido recentemente. “A Phelcom mistura medicina e tecnologia com foco em saúde digital, com serviços conectados em nuvem, telemedicina e inteligência artificial. A solução é hiper conectada e reflete bem o espírito da premiação da WSA, com foco no aumento de acesso e democratização da saúde”, finaliza.
Sobre o WSA
O WSA teve início em 2003, em Genebra, no âmbito da cúpula das Nações Unidas sobre a Sociedade da Informação (WSIS – World Summit on the Information Society). O prêmio é realizado a cada dois anos, sob coordenação do Centro Internacional de Novas Mídias (ICNM – International Center for New Media), de Salzburg, Áustria.
O objetivo do prêmio é enfatizar o papel desempenhado pelas tecnologias da informação e comunicação como ferramenta o desenvolvimento. O WSA conta com apoio da ONU e de grandes organizações e empresas internacionais. A competição global é resultado de seleções nacionais, envolvendo mais de 180 países, que, em concursos locais, selecionam as melhores práticas e os melhores projetos em oito categorias.