Considerado o mais significativo nos últimos 25 anos, um novo estudo, publicado pela revista The Lancet traz uma nova perspectiva para o tratamento do câncer de colo do útero que pode reduzir em até 40% o risco de morte e em até 35% a chance de remissão da doença em um período de 5 anos.
A pesquisa, conduzida pela University College London, foi realizada ao longo de quase uma década, com 500 pacientes de diversos países e os resultados foram significativos, mostrando que cerca de 80% das pessoas que receberam o tratamento, após 5 anos, estavam vivas e 72% não tiveram a recidiva do câncer. Mas o que mais chamou a atenção dos cientistas foi a agilidade do tratamento, o que permite que as pacientes retornem às suas vidas normais com mais rapidez. Além disso, eles se mostram otimistas de que o tratamento estará disponível para o mundo todo em breve.
Com mais de 6 mil mortes por ano, o câncer de colo de útero é um tipo de câncer que pode afetar toda e qualquer pessoa com útero e pode ser prevenido através da vacinação, rastreamento da doença e tratamento que hoje incluem procedimentos como cirurgia, radioterapia e imunoterapia. No Brasil, tanto o tratamento quanto a prevenção são ofertados pelo SUS e recentemente o Ministério da Saúde informou que o Sistema Único de Saúde irá substituir o exame papanicolau, hoje principal exame para a detecção deste tipo de câncer, por um exame ainda mais eficaz.
Uma das maneiras mais eficazes de prevenção do câncer de colo de útero é a vacinação contra o vírus Papiloma Humano (HPV) que é uma das principais causas da doença. As vacinas estão disponíveis gratuitamente pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos, mas são de pouco conhecimento da população.
Este novo estudo traz uma nova luz à saúde e aos direitos das mulheres e das pessoas com útero, grupos historicamente deixados de lado pela ciência. E segundo a OMS “Estima-se que a cada dólar investido na estratégia global até 2050, haverá um retorno de US$3,20 à economia, graças ao aumento da participação da mulher na força de trabalho. O valor sobe para US$26 se os benefícios que reportam a melhora da saúde das mulheres nas famílias, comunidades e sociedades forem considerados.” Mostrando que investir no bem estar das mulheres traz benefícios para todo mundo.



