Dia 03 de agosto seria celebrado o aniversário de um dos nomes mais importantes do nosso samba: o compositor carioca Carlos Cachaça, autor de clássicos consagrados. Vamos relembrar 10 desses sucessos?
Sobre Carlos Cachaça
Autor de mais de 500 composições, Carlos Cachaça foi o principal parceiro de Cartola e, ao lado dele, um dos fundadores da GRES Estação Primeira de Mangueira.
Nascido em 1902, no Morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, em uma família muito humilde, Carlos teve que trabalhar desde muito cedo, ajudando o padrinho – que o criou depois de ter sido abandonado pelo pai – a mãe e os cinco irmãos.
O menino cresceu participando de blocos e cordões e acompanhando o surgimento das escolas de samba na cidade. Aos 12 anos, já desfilava nos blocos de carnaval de rua pela comunidade da Mangueira. Aos 16, já atuava como pandeirista no conjunto de Mano Elói.
A origem do seu apelido, quando tinha 17 anos, se deve às rodas de bar onde Carlos só bebia Cachaça ao invés de cerveja como os outros colegas.
Foi mais ou menos nesta época que ele abandonou os estudos no curso ginasial para se dedicar ao samba. Aos 20 anos, compôs a sua primeira música, “Não Me Deixaste ir ao Samba”.
Em 1925, junto de Cartola, Marcelino José Claudino, Francisco Ribeiro e Saturnino Gonçalves, fundou o “Bloco dos Arengueiros”, que – mais tarde – deu origem à Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, da qual também foi um de seus fundadores.
Carlos Cachaça foi o primeiro compositor a inserir elementos históricos nos sambas-enredo, o que é uma norma até hoje. A Mangueira não tinha samba definido para o desfile; eram cantados sambas de vários autores, geralmente só com a primeira parte, pois a segunda era improvisada pelos chamados “versadores”.
Em 1929, a Escola desfilou com o samba “Chega de Demanda”, parceria de Carlos Cachaça e Cartola. Em 1932, a Mangueira foi campeã do desfile com o samba “Pudesse Meu Ideal”, primeira composição sua em parceria com Cartola.

Em 1936, foi gravada em álbum a primeira de muitas parcerias da dupla: a canção “Não Quero Mais Amar a Ninguém”, gravada por Aracy de Almeida em um disco de 78 RPM. Também é parceiro na canção o compositor Zé da Zilda.
Em 1926, Carlos Cachaça começou a trabalhar na Estrada de Ferro Central do Brasil, onde galgou vários cargos, permanecendo até 1965, quando se aposentou como oficial de administração.
Casou-se com Maria Aída da Silva, com quem teve três filhos e, depois separou-se e casou-se com Menininha (Clotilde da Silva, falecida em 1983), irmã de Dona Zica (esposa de Cartola), com quem viveu durante 45 anos.
Sua última participação ativa na Mangueira foi em 1948, quando a escola foi a primeira a colocar som no desfile, para o samba-enredo Vale de São Francisco. Em dezembro de 1980, lançou em co-autoria com Marília T. Barbosa da Silva e Arthur L. Oliveira Filho, o livro “Fala Mangueira”.
Em 1997, ao completar 95 anos, foi homenageado na quadra Mangueira, por ser o único fundador vivo da agremiação. O único disco solo de Cachaça é de 1976 e inclui pérolas como “Quem Me Vê Sorrindo” (parceria com Cartola), “Juramento Falso” e o grande clássico “Alvorada”, composto em parceria com Cartola e Hermínio Bello de Carvalho, em 1968.



