A gripe pode parecer um problema comum, mas seus impactos vão muito além do desconforto passageiro. Todos os anos, milhões de pessoas são infectadas, e muitas acabam hospitalizadas com complicações graves, especialmente idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas. “A gripe é uma doença viral potencialmente séria e, por isso, a prevenção deve ser prioridade”, explica o médico clínico geral e intensivista Frederico Polito Lomar, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Mitos e verdades sobre a gripe
Um dos equívocos mais comuns é associar a doença à queda brusca de temperatura. “Peguei friagem e fiquei gripado” é mito. “O que causa a gripe é o vírus Influenza, não o frio em si”, esclarece o especialista. Outro mito é acreditar que a vacina provoca a doença. “A vacina é feita com vírus inativado, incapaz de causar infecção. Ela é segura e salva vidas.”
Suplementos e hábitos populares também geram dúvidas. A vitamina C, por exemplo, ajuda a manter a imunidade, mas não evita a infecção. Já alimentos frios, como sorvetes, não pioram o quadro viral e podem até aliviar a dor de garganta.
Prevenção e vacinação
A principal forma de proteção é a vacinação anual, que deve ser feita por todos a partir dos seis meses de idade. “A vacina é atualizada todos os anos e pode reduzir em até 60% o risco de hospitalização em idosos e 70% a gravidade dos sintomas em adultos”, destaca Lomar.
Além da vacina, o médico recomenda medidas simples: higienizar as mãos com frequência, evitar aglomerações em ambientes fechados, manter os espaços ventilados e adotar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada, hidratação e atividade física regular.

Quando procurar ajuda médica
Os sintomas clássicos da gripe incluem febre alta, dores no corpo, cansaço intenso, dor de garganta e tosse seca. “É importante buscar atendimento quando houver dificuldade para respirar, febre persistente ou confusão mental”, orienta Lomar. Para casos graves ou grupos de risco, antivirais como o oseltamivir (Tamiflu®) podem ser prescritos, preferencialmente nas primeiras 48 horas de sintomas.
Isolamento evita a transmissão
Como a gripe é contagiosa até mesmo antes dos sintomas, recomenda-se manter isolamento por cinco a sete dias. “Se for preciso sair, o uso de máscara é fundamental, especialmente para proteger idosos, crianças pequenas e pessoas com imunidade comprometida”, afirma o especialista.
A mensagem é clara: prevenir a gripe vai além de evitar um resfriado — é uma questão de saúde pública. “Vacinar-se, adotar hábitos de higiene e buscar ajuda médica quando necessário são atitudes que salvam vidas”, conclui Lomar.



