Com o recente aumento das tarifas comerciais imposto pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, o Brasil intensifica suas relações com a China. Na noite desta segunda-feira (11/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) telefonou para Xi Jinping, presidente chinês, para debater possíveis parcerias.
Durante a conversa, os líderes concordaram que grupos como o G20, que reúne as maiores economias do mundo, e o BRICS, formado por países emergentes, são essenciais na busca de acordos que beneficiem os países do Sul Global.
Dentre os acordos pautados entre Brasil e China está a utilização do etanol brasileiro para a produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) no país asiático. A possível parceria foi discutida em reuniões entre representantes do governo brasileiro, da China Petroleum and Chemical Industry Federation (CPCIF) e da Chimbusco (subsidiária da PetroChina).
Além disso, os países trabalham em um protocolo bilateral para certificar produtos agropecuários, com foco central na exportação de carne e soja para a China. A ideia é estabelecer um sistema em que ambos os países reconheçam oficialmente as certificações ambientais e os métodos de rastreamento dos produtos. Isso vai permitir que os produtos brasileiros sejam vendidos com selos de sustentabilidade, como “carne carbono neutro” e “soja de baixo carbono”, que serão aceitos pelas autoridades e empresas chinesas.
As negociações já realizadas entre China e Brasil também envolveram caminhos para financiamento de produção, com a possibilidade de criação de fundos bilaterais de “financiamento verde” e uso de mecanismos do Brics.
Com essa aproximação, é esperado que a China esteja presente na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA), em novembro deste ano.



