Polícia Federal deflagra Operação Overload para reprimir tráfico internacional de drogas no Aeroporto Internacional de Viracopos

Foto: Divulgação Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (6), a Operação Overload, para reprimir um organização criminosa com ramificações em diversos estados do Brasil e no exterior, voltada ao tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, cuja principal base de atividades é o Aeroporto Internacional de Viracopos.

As investigações iniciaram-se em 20  de fevereiro de 2019, com a apreensão, na Área Restrita de Segurança (ARS) do Aeroporto Internacional de Viracopos, de 58kg de cocaína com destino a Europa.

A partir dessa apreensão, a Polícia Federal mapeou a atuação de toda a organização criminosa, identificando as respectivas lideranças, as pessoas com quem se relacionaram e o processo utilizado para exportar grandes quantidades de cocaína, a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos, com destino ao continente europeu, além dos métodos utilizados para ocultar o lucro obtido com o empreendimento criminoso.

De acordo com os dados obtidos durante as investigações, a organização criminosa é composta por brasileiros, que são os principais fornecedores da cocaína e financiadores do esquema criminoso, além de serem responsáveis pelo aliciamento de funcionários aeroportuários, pela interferência ilícita nas operações de logística aeroportuária e lavagem de dinheiro, e estrangeiros, cuja atuação se dá em solo europeu no recebimento da droga.

Entre os empregados e ex-empregados de empresas prestadoras de serviço na área restrita de segurança do aeroporto aliciados há dezenas de pessoas em funções diversas (vigilantes, operadores de tratores, coordenadores de tráfego, motoristas de viaturas, auxiliares de rampa, operadores de equipamentos e funcionários de empresas fornecedoras de refeições a tripulantes e passageiros), que eram os responsáveis pelo esquema de embarque das drogas nas aeronaves com destino ao exterior.

Além desses empregados, também foram cooptados pela organização criminosa um policial militar e um policial civil, que foram presos.

Para a exportação da droga eram utilizados tanto o terminal de passageiros quanto o terminal de cargas, o que era mantido por meio de uma estrutura formada por três grupos de atuações distintas:

  1. a)   grupo de operadores externos: indivíduos não pertencentes ao quadro de funcionários do aeroporto internacional e são os responsáveis pelas tratativas com investidores e traficantes estrangeiros, bem como pelo aliciamento de empregados aeroportuários;
  2. b)   grupo de operadores internos: empregados aeroportuários aliciados que exercem suas atividades na área restrita de segurança, especialmente em funções que envolvam carga e descarga de aeronaves e suas movimentações;
  3. c) grupo de operadores estrangeiros: traficantes em solo europeu responsáveis pela retirada da cocaína remetida a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos.

A sofisticação da organização criminosa também se revelou na ocultação e dissimulação em relação a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente de tráfico internacional de drogas, com a aquisição de imóveis, veículos, contas bancárias em nome de terceiros, empresas no exterior, criando dificuldades ao rastreamento desses recursos e permitindo a disponibilização do dinheiro novamente para os criminosos com aparência de licitude.

Os bens imóveis, veículos, contas bancárias e empresas já identificados como pertencentes à organização criminosa estão sendo bloqueados e apreendidos nesta data.

Além das constrições judiciais, durante o período em que perdurou o acompanhamento da organização criminosa, foram apreendidos 250kg de cocaína pertencentes ao grupo.

Ao todo, mais de 200 policiais federais, 80 policiais militares e 6 policiais civis participam do cumprimento de 44 mandados de busca e apreensão e 35 mandados de prisão temporária, em 4 estados do país.

As investigações contaram com a cooperação entre instituições e órgãos públicos (Secretaria da Receita Federal do Brasil, PRF, Polícia Militar do Estado de São Paulo).

As prisões dos policiais contaram com a cooperação da Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo e do Departamento de Polícia Judiciária São Paulo Interior em Campinas.

Entre os investigados presos, 33 são homens e 2 são mulheres.

 

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