Ela conquistou os prêmios de melhor desenhista e melhor artista de capa pela série Helen de Wyndhorn, publicada nos Estados Unidos pela Dark Horse e no Brasil pelo selo Suma. A obra também foi reconhecida como melhor série limitada.
A série nasceu da parceria entre Evely, o roteirista Tom King e o colorista Mat Lopes, a mesma equipe por trás de Supergirl: Mulher do Amanhã. King, um dos nomes mais influentes dos quadrinhos americanos, convidou Evely para projetos autorais após o sucesso de colaborações anteriores em minisséries da DC e da Marvel.
Lançada em 2024, Helen de Wyndhorn combina fantasia, aventura e elementos góticos, com uma narrativa que lembra Conan, o Bárbaro e O Mágico de Oz. A trama acompanha Helen Cole, uma jovem desajustada e alcoólatra, que tenta encontrar seu lugar no mundo depois do suicídio do pai, renomado escritor de fantasia. Sob a orientação de Lilith Appleton, sua tutora, Helen embarca em uma jornada de descobertas e encontros fantásticos.
Evely começou sua trajetória profissional em Luluzinha Teen e Sua Turma e sempre teve interesse por universos de fantasia, inspirando-se em As Crônicas de Nárnia e no videogame The Legend of Zelda.
Aos 19 anos, já trabalhava com quadrinhos profissionalmente, e, em 2015, mudou-se para os Estados Unidos, colaborando em títulos como Sandman, Mulher-Maravilha e Sugar & Spike, até firmar-se em Supergirl: Mulher do Amanhã, que terá adaptação para o cinema dirigida por James Gunn.

A produção de Helen de Wyndhorn levou quase três anos, entre 2021 e 2024, devido à riqueza de referências e à complexidade da história. Evely, acostumada ao ritmo acelerado das HQs de super-heróis, destaca que precisou se dedicar totalmente ao projeto. “Foi um desafio enorme, e precisei aceitar que essa história exigiria tempo e cuidado”, afirma.
A artista segue desenhando de maneira tradicional, com lápis, papel, pincel e nanquim, mesmo em um universo cada vez mais digital, e se mostra crítica em relação ao uso de inteligência artificial no desenho, defendendo a autenticidade do trabalho humano.O Eisner Award foi entregue durante a San Diego Comic-Con e marca o primeiro troféu de Evely, que já havia sido indicada em edições anteriores, incluindo pelo trabalho em Supergirl: Mulher do Amanhã. Outro brasileiro, Matheus Lopes, concorreu na categoria de melhor colorista por Batman & Robin: Year One e por Helen de Wyndhorn, mas não levou a premiação.



