O Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou a Operação Laços de Família, nesta sexta-feira, 29, para o desmantelamento de núcleos criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), na região de Araçatuba (SP).
Com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar, foram cumpridos 43 mandados, sendo 19 de prisão temporária e 23 de busca e apreensão, na cidade de Mirandópolis (SP), e um de prisão preventiva, na cidade de Araçatuba. Durante a operação, foram apreendidas drogas, valores em espécie e aparelhos celulares.
Um dos alvos da operação resistiu à abordagem, foi baleado e morto. A identidade dele não foi divulgada, assim como a sua participação no esquema criminoso.
As investigações revelaram que, há anos, o grupo mantém estrutura organizada voltada ao tráfico de drogas em Mirandópolis e região, com ênfase no abastecimento de entorpecentes às unidades prisionais do polo local.
As investigações revelaram a existência de três núcleos distintos, estruturados com fortes vínculos familiares, transmitidos de geração em geração, o que garantia estabilidade e expansão contínua no tráfico. Essa “blindagem familiar” favorecia, ainda, a cooperação com a facção paulista atuante no sistema prisional.
Drogas dentro dos presídios
Parte dos investigados já cumpriu pena em presídios da região e, mesmo assim, mantinha atuação ativa, implementando um esquema de infiltração de drogas dentro das unidades prisionais.
A investigação também permitiu a intervenção no sistema prisional, com o apoio da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), resultando na apreensão de aparelhos celulares na unidade prisional da Comarca de São José do Rio Preto (SP).
Os equipamentos eram utilizados por faccionados do PCC para manter contato direto com o núcleo criminoso instalado em Mirandópolis, a fim de viabilizar o abastecimento de drogas e o gerenciamento de pagamentos relacionados ao tráfico.
Vínculos familiares
O nome da operação — Laços de Família — reflete o caráter permanente e estável dos vínculos familiares que sustentavam a organização criminosa, conferindo-lhe durabilidade, expansão e maior dificuldade para repressão estatal.
A operação contou com a articulação de promotores de Justiça e servidores do GAECO, bem como o apoio integrado da Polícia Militar, da Polícia Civil e da Secretaria de Administração Penitenciária.
Foi mobilizado um total de 61 equipes operacionais, compostas por 129 policiais militares, 54 agentes da Polícia Civil, além de três equipes do Canil e do suporte aéreo do Helicóptero Águia, ambos da Polícia Militar.



