Imagens que circulam nas redes sociais mostram os momentos após o descarrilamento do Elevador da Glória, famosa atração turística de Lisboa, que matou pelo menos 15 pessoas e deixou outras 18 feridas, sendo três em estado grave, nesta quarta-feira (3). Segundo o jornal O Público, o acidente teria sido causado pelo rompimento de um cabo de segurança, que fez o elevador colidir contra um prédio.
Os vídeos registrados por testemunhas mostram o funicular completamente destruído e os momentos de desespero que se seguiram após a tragédia.
Segundo autoridades, o acidente ocorreu por volta das 18h no horário local (14h08 no Brasil), quando o elevador fazia uma curva na Calçada da Glória. Foram mobilizados 62 socorristas e 22 veículos, incluindo ambulâncias, caminhões de bombeiros e viaturas policiais. Toda as vítimas foram retiradas das ferragens pelos bombeiros por volta das 20h30, conforme informou o chefe da corporação, Alexandre Rodrigues.
A maioria dos feridos foi encaminhada ao Hospital São José, o mais próximo do local do acidente. O Instituto Nacional de Emergências Médicas (INEM) confirmou que há pessoas com sobrenomes estrangeiros entre as vítimas. Os corpos foram levados para o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses para identificação.
A Carris, empresa responsável pelo funicular, informou, em nota, que o equipamento estava com a manutenção em dia. “Foram realizados e respeitados todos os protocolos de manutenção. A manutenção geral é feita a cada quatro anos e ocorreu em 2022, e a reparação intercalar é concretizada de dois em dois anos, tendo a última sido em 2024. Também têm sido escrupulosamente cumpridos os programas de manutenção mensal, semanal e a inspeção diária”, diz a nota.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa – cargo equivalente ao de prefeito -, Carlos Moedas, se manifestou em entrevista coletiva. “Estou em contato direto com o primeiro-ministro [Luís Montenegro] e o presidente da República [Marcelo Rebelo]. Vieram rapidamente para o resgate as equipes dos bombeiros e do INEM. Eu os agradeço por isso. É uma enorme tragédia e um dia muito duro”, afirmou.
Em nota, o presidente de Portugal, Marcelo Rabelo de Sousa, lamentou o acidente. “O Presidente da República apresenta o seu pesar e solidariedade às famílias afetadas por esta tragédia e espera que a ocorrência seja rapidamente esclarecida pelas entidades competentes”, afirmou.
Já o primeiro-ministro, Luís Montenegro, decretou um dia de luto nacional para a quinta-feira (4), cancelou sua agenda e enviou condolências às famílias das vítimas. “O governo está, desde os primeiros momentos, acompanhando a situação e a resposta das autoridades”, disse o premiê em comunicado. “Sendo a prioridade imediata o socorro às vítimas, as autoridades competentes realizarão no devido tempo as averiguações necessárias para apurar as causas deste lamentável acidente”, concluiu.
Este é o segundo acidente envolvendo o Elevador da Glória nos últimos anos. Inaugurado em 1885, o funicular completará 140 anos em outubro. Em 2018, ele descarrilou sem tombar após uma falha de manutenção, não houve feridos na ocasião.
O funicular percorre 265 metros e 44 metros de altura, ligando a Praça dos Restauradores, na Baixa, ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto. Em 2002, foi classificado como Monumento Nacional, junto com os outros dois funiculares de Lisboa: Elevador da Bica e Elevador do Lavra. Cerca de 3 milhões de pessoas utilizam o transporte todos os anos.
O acidente ocorreu na Calçada da Glória, que começa na Avenida da Liberdade, famosa rua de Lisboa conhecida por suas lojas de luxo, incluindo Prada, Chanel, Louis Vuitton e Armani.



