RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Giorgio Armani: veja quem foi o estilista que revolucionou a moda

Ícone da moda italiana faleceu nesta quinta-feira (4), aos 91 anos

Giorgio Armani | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Giorgio Armani | Foto: Reprodução/Redes Sociais

O mundo da moda perdeu nesta quinta-feira (4) um de seus maiores ícones. Giorgio Armani, sinônimo de estilo e elegância italianos, faleceu aos 91 anos. O anúncio foi feito pelo grupo Armani em um comunicado enviado à imprensa

“O senhor Armani, como sempre foi chamado com respeito e admiração por seus funcionários e colaboradores, morreu em paz, cercado por seus entes queridos. Incansável até o fim, ele trabalhou até seus últimos dias, dedicando-se à empresa, às coleções e aos muitos projetos em andamento e futuros”, diz o comunicado.

“Ao longo dos anos, Giorgio Armani construiu uma visão que se expandiu da moda para todos os aspectos da vida, antecipando os tempos com extraordinária clareza e pragmatismo. Ele foi movido por uma curiosidade implacável e uma profunda atenção ao presente e às pessoas”, afirma ainda.

Conhecido como Rei Giorgio, o estilista construiu ao longo de cinco décadas não apenas uma marca bilionária que leva seu nome, mas também um estilo inconfundível. Seus ternos minimalistas e suas cores sólidas tornaram-se referência no vestuário masculino e feminino, consolidando a ideia que guiou toda a sua carreira: para Armani, elegância sempre foi sinônimo de simplicidade.

O estilista supervisionava cada detalhe de suas coleções e cada aspecto de seu negócio, da publicidade ao penteado das modelos antes de entrarem na passarela.

Logo no início da carreira, o designer apostou em ternos minimalistas que logo viraram um sucesso no mercado. O paletó desconstruído criado por ele, que ajudou a alavancar sua carreira, não tinha enchimentos, era leve, mais solto que os tradicionais.

O estilista não apenas vestiu gerações inteiras, mas também se tornou parte do cinema, criando figurinos para mais de 200 produções, incluindo clássicos como Gigolô Americano, Os Bons Companheiros e até os trajes de Bruce Wayne em O Cavaleiro das Trevas.

Sua história, no entanto, começou de forma modesta. Nascido em Piacenza, no norte da Itália, cresceu em meio às dificuldades. Seu pai trabalhou na sede do partido fascista local antes de se tornar contador de uma empresa de transportes. Sua mãe era dona de casa.

Apesar dos recursos limitados, seus pais tinham uma elegância interior, Armani dizia, e o senso de estilo de Maria transparecia nas roupas que ela fazia para os três filhos. “Éramos a inveja de todos os nossos colegas de classe”, afirmou. “Parecíamos ricos mesmo sendo pobres”.

Quando menino, viveu as dificuldades da Segunda Guerra Mundial. Em sua autobiografia, “Per Amore”, ou por amor, ele conta como se jogou em uma vala e cobriu sua irmã mais nova, Rosanna, com seu casaco quando um avião começou a disparar sobre sua cabeça.

Após a guerra, a família se mudou para Milão. Foi lá, entre vitrines e trabalhos casuais, que Armani descobriu a moda quase por acaso, até fundar sua própria marca em 1975 e revolucionar o setor. Na capital italiana ele também desenvolveu um amor pelo cinema que mais tarde influenciou sua carreira. Armani foi um dos primeiros estilistas a ver o ato de vestir celebridades de Hollywood como parte do seu trabalho.

Armani chegou a estudar medicina antes de se tornar um dos maiores nomes da moda, mas abandonou o curso após dois anos na universidade e, em seguida, prestou serviço militar. Seus primeiros passos no universo do vestuário aconteceram quando recebeu uma oferta de emprego na renomada loja de departamentos La Rinascente, para ajudar a decorar vitrines.

Sua primeira grande oportunidade veio com um convite para trabalhar com o designer italiano Nino Cerruti em meados da década de 1960. Lá, começou a experimentar a desconstrução do paletó.

“Comecei esse ofício quase por acaso e, aos poucos, ele me atraiu, roubando completamente minha vida”, disse ele à publicação especializada em moda Business of Fashion, em 2015.

Após se mudar para Milão, Armani passaria a liderar sua empresa, ajudando a transformar a cidade industrial e sem glamour na capital da moda da Itália. Apesar do império que construiu, Armani nunca chegou a estudar moda formalmente.

Despedidas

Uma cerimônia pública em homenagem a Giorgio Armani será realizada neste sábado e domingo, em Roma. Já o funeral, a pedido do estilista, será reservado apenas aos mais próximos.

Armani enfrentava problemas de saúde havia algum tempo. Em junho, pela primeira vez na carreira, não apareceu ao final do desfile de sua marca na Semana de Moda Masculina de Milão. Mesmo debilitado, continuava a supervisionar os trabalhos à distância, por chamadas de vídeo, e planejava a celebração dos 50 anos da grife. Os eventos seriam realizados na Semana de Moda de Milão, programados para o fim deste mês, quando são mostradas as coleções femininas.

Armani deixa a irmã, Rosanna, e Leo Dell’Orco, com quem manteve uma relação afetiva por anos. O empresário era seu braço-direito e comandava o setor de design masculino na empresa. Ele era tido por Armani como um dos seus possíveis sucessores.

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS