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Boa Notícia: Após seis meses sem celulares nas escolas, rendimento e socialização de alunos avançam

Lei que proibiu celulares em sala de aula gerou melhora no aprendizado e fortaleceu as relações sociais entre estudantes.

Lei que proibiu celulares em sala de aula gerou melhora no aprendizado e fortaleceu as relações sociais entre estudantes.

Um levantamento da Universidade de Stanford, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, analisou as notas de 196 mil alunos do sexto ao nono ano em mais de 300 escolas do estado. Os resultados são expressivos: em apenas seis meses, houve um aumento de 32% no desempenho escolar em comparação ao mesmo período de 2024. A experiência não foi isolada: escolas de todo o país também registraram avanços no aprendizado e no bem-estar social e emocional dos estudantes. Em São Paulo, a melhora nas notas chegou a 20%, enquanto no Paraná observou-se uma redução significativa nos casos de ansiedade entre adolescentes.

A lei que restringe o uso de celulares em escolas públicas e privadas foi sancionada em 15 de janeiro deste ano pelo presidente Lula e gerou intenso debate. Segundo a norma, os aparelhos só podem ser utilizados para fins pedagógicos; o uso recreativo é proibido inclusive nos intervalos. À época, especialistas alertaram para o caráter restritivo da medida e para as dificuldades de adaptação das escolas à nova rotina.

No entanto, um semestre após sua implementação, os benefícios são visíveis. Além da melhora no desempenho acadêmico, alunos passaram a interagir mais entre si e com professores, fortalecendo vínculos sociais e emocionais. Para preencher a ausência das telas, muitas escolas reorganizaram seus intervalos, incentivando atividades como jogos de tabuleiro, tênis de mesa e revezamento de quadras esportivas. Sem os celulares, adolescentes voltaram a conversar, brincar e exercitar a criatividade.

Estudos recentes têm mostrado que o uso excessivo de telas interfere no desenvolvimento cognitivo, prejudica o sono e impacta habilidades sociais e emocionais. “Reduzir o tempo de tela não significa eliminar a tecnologia, mas sim buscar um equilíbrio saudável, garantindo que a criança tenha espaço para desenvolver outras competências, como criatividade, resolução de problemas e interação social”, explica Loren Nobre, pediatra do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF).

Pesquisa conduzida pelas Universidades de Heidelberg e Colônia, na Alemanha, revelou ainda que restringir o uso do aparelho a chamadas essenciais durante apenas três dias promove uma espécie de “reinicialização cerebral”, trazendo ganhos de atenção, produtividade e estabilidade emocional.

Cuidar do bem-estar de crianças e adolescentes hoje exige enfrentar o desafio das telas e redes sociais. Apesar dos resultados positivos da lei, o banimento de celulares precisa vir acompanhado de políticas robustas de inclusão digital e de regulação do uso da tecnologia em sala de aula e dentro de casa. Afinal, embora seja inviável eliminar os smartphones da vida cotidiana, ações conjuntas entre escola e família podem reduzir a exposição às telas e ampliar os benefícios para o desenvolvimento das novas gerações.

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