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Quem era Claudia Cardinale, musa do cinema italiano, que morreu aos 87 anos

Atriz se tornou uma das figuras mais icônicas do cinema europeu nos anos 1960

Claudia Cardinale | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Claudia Cardinale | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Morreu nesta terça-feira (23), aos 87 anos, a atriz Claudia Cardinale. A informação foi confirmada pelo agente Laurent Savry à AFP, mas a causa da morte não foi divulgada. A artista estava em Paris com os dois filhos.

“Ela nos deixa o legado de uma mulher livre e inspiradora, tanto como mulher quanto como artista”, afirmou Savry à AFP.

Nascida na Tunísia, Cardinale era filha de pais italianos e se tornou uma das figuras mais icônicas do cinema europeu nos anos 1960. Trabalhou com grandes nomes como Luchino Visconti, Federico Fellini e Sergio Leone, e construiu uma carreira marcada pela elegância, talento e sensualidade discreta.

Entre seus papéis mais emblemáticos estão Angelica Sedara, em “O Leopardo” (1963), de Visconti, e a viúva de “Era Uma Vez no Oeste” (1968), de Leone. Nessas atuações, Cardinale conseguiu unir charme e profundidade, representando personagens complexas que iam além da beleza.

Eleita a italiana mais bela da Tunísia aos 17 anos, Cardinale começou a carreira internacional após participar do Festival de Veneza, um dos maiores eventos do cinema.

Após o evento, passou a receber propostas de trabalho de muitos produtores – que, inicialmente, rejeitou, instigando ainda mais o desejo dos executivos. Mas havia outra razão. A atriz estava grávida e daria à luz um filho em poucos meses. Ela nunca revelou a identidade do pai, mas disse a uma revista francesa que foi estuprada.

Posteriormente, a artista aceitou  o convite do produtor Franco Cristaldi, com quem se casou e que a manteve sob contrato por 18 anos. Com ele, Cardinale foi aos poucos lançada como uma resposta da Itália à grandeza de Brigitte Bardot. Como musa sob medida, eram controlados os papéis que ela interpretava, além de penteados, o peso, a vida social.

Devido a pressão midiática, o filho da atriz foi anunciado como seu irmão mais novo, enquanto o menino era criado pela família da atriz.

A artista se consolidou como musa do cinema europeu e se tornou referência junto com as atrizes Sophia Loren, Monica Vitti e Brigitte Bardot.

Cardinale  estampou o movimento de transformação pelo qual passava o cinema europeu, que naquela década se tornava mais autoral. Assim, a Europa se tornava o centro do debate cinematográfico, o que mais tarde influenciaria toda uma geração de cineastas hollywoodianos e, por consequência, mudaria a forma como os americanos enxergavam as suas próprias atrizes.

Com Cardinale e tantas outras, as atrizes passariam, também, a interpretar papéis mais densos e independentes, que rejeitavam o padrão “pin-up” representado por Marilyn Monroe e Jayne Mansfield. Foi uma geração que não abandonou a sensualidade, mas que soube fazer dela apenas uma entre as várias camadas de suas personagens e de suas figuras públicas.

A atriz passou algumas vezes pelo Brasil, recebendo, em 2012, o prêmio Leon Cakoff na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, pelo conjunto da obra. Décadas antes, em 1967, esteve no país para filmar “Uma Rosa para Todos”, de Franco Rossi. A atriz também esteve no Brasil durante as filmagens de Fitzcarraldo” (1982), de Werner Herzog, ambientadas na Amazônia.

Cardinale recebeu diversos prêmios honorários, em festivais como os de Veneza e Berlim. Além disso, a artista foi também embaixadora da Unesco para os direitos da mulher.

A atriz mantinha a vida pessoal em discrição. Além do filho que teve na adolescência, teve outra mais tarde, com o diretor Pasquale Squitieri.

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