A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro admitiu a possibilidade de disputar a Presidência em 2026, no entanto, ela não especificou para qual cargo pretende concorrer. A declaração ocorreu em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, publicada nesta quarta-feira (24).
Durante a entrevista, Michelle afirmou ser uma leoa para defender os ideias conservadores.
“Me levantarei como uma leoa para defender nossos valores conservadores, verdade e justiça. Se, para cumprir a vontade de Deus, se tornar necessário que eu assuma a candidatura política, estarei pronta para fazer o que Ele pedir para mim”, disse a ex-primeira-dama.
Uma pesquisa do Datafolha no mês passado mostrou Michelle mais bem posicionada que os filhos de Bolsonaro em cenários contra Lula (PT). No segundo turno, ela teria 40%, contra 48% do atual presidente. Eduardo perderia por 49% a 37%, e Flávio por 48% a 37%. Lula também venceria Tarcísio de Freitas (Republicanos), por 45% a 41%.
Aliados bolsonaristas cogitam uma chapa com Tarcísio à frente e Michelle como vice, embora, em ocasiões anteriores, ela tenha se colocado apenas como pré-candidata ao Senado pelo Distrito Federal.
Ainda em entrevista, Michelle criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal de condenar o ex-presidente e outros sete aliados por tentativa de golpe de estado.
“Minha completa atenção está voltada para cuidar das minhas filhas e do meu marido neste momento delicado, para que essa perseguição e humilhação contra nós brasileiros conservadores não destrua minha família ou a família de tantos outros injustamente dirigida por essa perseguição covarde”, afirmou.
Vale lembrar que o ex-presidente Jair Bolsonaro, marido de Michelle, está inelegível até 2030 devido a uma decisão Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o condenou por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Além disso, Bolsonaro foi condenado no dia 11 de setembro deste ano a 27 anos e 3 meses por crimes relacionados a trama golpista.
Em relação as sanções do governo de Donald Trump ao Brasil, a ex-primeira-dama lamentou-as, mas atribuiu a responsabilidade a Lula e ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“Nós não desejamos sanções contra o Brasil, mas não temos nenhuma influência nos Estados Unidos. Entretanto, podemos claramente identificar os responsáveis por elas: Lula e Alexandre de Moraes, cujas ações provocaram essa crise”, completou.
Na última segunda-feira (22) A procuradoria-geral da República (PGR) apresentou uma denúncia ao STF contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo por suposta atuação junto ao governo americano para pressionar e ameaçar autoridades brasileiras, por meio de sanções, a fim de favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo da trama golpista.
Embora Jair Bolsonaro tenha sido investigado no inquérito da PGR, ele não foi incluído na denúncia. Atualmente, o ex-presidente cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica devido a essa investigação.



