As vendas do Comércio Varejista de Ribeirão Preto tiveram pequena queda média de 0,9%, em agosto de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrada leve variação positiva de 0,5% em relação a 2023.
É o que aponta o CPV (Centro de Pesquisas do Varejo), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL RP (Câmara de Dirigentes Lojistas).
“Trata-se da segunda queda consecutiva e, desta vez, preocupa um pouco mais porque o Dia dos Pais é uma data sazonal relevante do calendário varejista e não foi suficiente para assegurar uma variação minimamente positiva em agosto8. Isso é indicativo de que o fim de ano do Comércio de Ribeirão Preto *não será fácil”, alerta Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV SINCOVARP/CDL RP.
Sobre a empregabilidade
Em agosto, a variação entre vagas de trabalho abertas e fechadas, no Varejo local, ficou estável na comparação com o mesmo período de 2024 que, por sua vez, registrou queda de 0,6% em relação ao ano anterior.
“A boa notícia é que parou de cair. Muito com a ajuda dos mutirões de empregabilidade do programa Emprega Mais Ribeirão. A expectativa é de que, com o período de contratações de temporários para o fim de ano, tenhamos uma retomada do emprego no setor ainda que em patamar abaixo do ideal”, observa o pesquisador.
Índice de Confiança
Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança SINCOVARP/CDL RP de curto prazo (olhando para os três meses seguintes) caiu em agosto (na comparação com julho) com média de 2,6 pontos (ante 2,8 pontos na pesquisa anterior). A avaliação é regular.
Considerando o índice de longo prazo (olhando para os próximos 12 meses), a média de agosto ficou em 2,3 pontos (ante 2,9 pontos na pesquisa anterior). A avaliação é de pessimista à regular.
Fatores macroeconômicos
Segundo Diego Galli Alberto, a desaceleração econômica observada nesse segundo semestre atingiu em cheio o Varejo. “Apesar da leve deflação de 0,11%, em agosto, puxada pelos itens habitação e alimentação, o acumulado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) segue extrapolando a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional. Isso desestimula o consumo porque os preços continuam altos”, analisa Galli.
Ainda segundo o pesquisador, outro impacto é o da taxa de juros que permanece bastante elevada (15% a.a.), encarecendo o crédito para consumidores e empresários, sem falar nos altos níveis de inadimplência e de endividamento das famílias brasileiras.
“Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil vem criando novas vagas de emprego formal e isso deveria aquecer a economia. No entanto, não está surtindo efeito para o Comércio Varejista porque, com tudo mais caro, os consumidores estão priorizando gastos mais essenciais”, finaliza.



