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O que se sabe sobre os casos de intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas com metanol

Terceira morte por suspeita de intoxicação pela substância foi confirmada nesta segunda-feira (29)

Casos estão ligados pelo consumo de bebidas adulteradas | Foto: Reprodução/Freepik
Casos estão ligados pelo consumo de bebidas adulteradas | Foto: Reprodução/Freepik

Três pessoas morreram por suspeita de consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol no estado de São Paulo. Duas das mortes ocorreram em São Bernardo do Campo e uma na capital paulista. Segundo o Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo, atualmente há 10 casos sob investigação de contaminação.

A Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou a terceira morte suspeita de intoxicação por metanol nesta segunda-feira (29), a vítima era um homem de 45 anos. As outras vítimas fatais também eram homens, um de 38 e outro de 48 anos. Estão sendo realizados exames pelo Instituto Médico Legal (IML) para confirmar ou descartar a contaminação pela substância nos três casos. 

Segundo o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), o número de casos pode estar subnotificado, pois nem todos chegam ao conhecimento dos órgãos de vigilância e controle.

Até o momento, a Polícia Civil identificou quatro boletins de ocorrência relacionados a intoxicação por metanol, sendo dois registrados na capital paulista e dois em São Bernardo do Campo. Todas as situações estão sob investigação.

O número de registros surpreendeu as autoridades, que classificaram a situação como “atípica”. De acordo com o Ciatox de Campinas (SP), nos últimos dois anos as ocorrências envolvendo intoxicação por metanol estavam associadas ao consumo de combustíveis em contexto de abuso de substâncias, e não à contaminação por bebidas alcoólicas. A diferença é que, enquanto os casos anteriores estavam ligados ao consumo intencional, os atuais são de ingestão acidental, quando a vítima não sabe que a bebida está adulterada.

Coma e perda de visão após bebida adulterada

Um jovem de 27 anos está internado em coma há mais de 20 dias após consumir gim com energético em uma adega da zona sul de São Paulo. Em entrevista ao Fantástico, a mãe do rapaz, Helena Anjos Martins, afirmou que, apesar de os médicos terem conseguido eliminar a toxicidade do sangue, os danos à visão e ao cérebro do filho são irreversíveis.

Outros dois amigos que consumiram bebidas junto com o jovem também passaram mal, um deles, inclusive, precisou ser internado.

Outro caso que chama a atenção é o da designer de interiores Rhadarani Domingos. Ela passou mal após consumir três caipirinhas compradas em um bar no dia 19 de setembro. Também em entrevista ao Fantástico, ela afirmou que as bebidas não tinham nenhum gosto estranho. A vítima foi levada para a UTI, convulsionou e chegou a ser intubada no dia 21 de setembro.

O que dizem as autoridades

Em meio aos casos de intoxicação por metanol, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitiu um alerta aos estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas no estado e regiões próximas.

A nota técnica, assinada pelo secretário nacional do Consumidor, Paulo Henrique Pereira, reforça a importância da atuação conjunta entre governo, setor privado e sociedade para coibir práticas de falsificação e proteger consumidores.

A recomendação se estende a bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis, mercados, atacarejos, distribuidores, plataformas de e-commerce e aplicativos de entrega. Entre as orientações ao setor privado estão a compra segura, a conferência de produtos e o fortalecimento da rastreabilidade dos produtos. 

O documento também destaca que preços anormalmente baixos, lacres tortos, erros grosseiros de impressão, odor semelhante a solventes e relatos de consumidores com sintomas como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea ou rebaixamento da consciência devem ser tratados como suspeita de adulteração.  Nesses casos, os estabelecimentos devem interromper imediatamente a venda do lote; isolar fisicamente os produtos; preservar garrafas, caixas, rolhas e rótulos como evidência; e manter ao menos uma amostra íntegra por lote para possível perícia.

Se houver consumidores sintomáticos, a recomendação é encaminhar para atendimento médico urgente e acionar o Disque-Intoxicação (0800 722 6001), serviço da Anvisa. Também é indicado comunicar a Vigilância Sanitária local, Polícia Civil (197), PROCON e, quando aplicável, o Ministério da Agricultura e Pecuária.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes também orientou os estabelecimentos sempre procurem comprar os produtos de distribuidores reconhecidos e confiáveis. “A falsificação e adulteração de bebidas são crimes graves contra o consumidor, que colocam em risco a saúde da população e geram prejuízos diretos aos estabelecimentos sérios e comprometidos com a legalidade. Trata-se de um problema de saúde pública, que exige ação coordenada entre autoridades, setor produtivo e sociedade”, disse a associação.

Já o Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo afirmou que os estabelecimentos devem redobrar a atenção quanto à procedência dos produtos oferecidos e também indicou que a população compre bebidas somente de fabricantes autorizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal.

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