A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (30) a Operação Vareio, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em roubos violentos de cargas e caminhões. A ação ocorre simultaneamente em cinco estados: São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso.
Foram mobilizados 220 policiais federais e 205 policiais militares rodoviários para cumprir 35 mandados de prisão temporária e 49 de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital. A Justiça também determinou o sequestro de bens avaliados em R$ 40 milhões e a suspensão de empresas envolvidas na receptação e movimentação financeira do esquema.
Investigação em Campinas
A apuração foi conduzida pela Delegacia de Polícia Federal em Campinas (SP), em parceria com o Ministério Público do Estado de São Paulo. O trabalho teve início a partir de informações colhidas na Operação Cacaria, em maio de 2024.
Segundo a PF, o grupo é suspeito de pelo menos 50 crimes patrimoniais entre agosto de 2024 e junho de 2025. Os investigados, armados e organizados, atuavam em diferentes frentes: roubo direto a caminhoneiros em rodovias, falsas contratações de fretes por aplicativos e assaltos em pontos de descanso de motoristas.
O esquema incluía ainda o uso de bloqueadores de sinal de celular, GPS e Wi-Fi, além da locação de galpões para desmanche de veículos. As peças eram comercializadas em diversos estados, inclusive por meio de marketplaces.
Estrutura do grupo
De acordo com a investigação, os dois líderes da quadrilha não apenas participavam dos roubos, como também eram responsáveis por recrutar novos integrantes. Entre os suspeitos está o sócio de uma empresa de rastreamento de veículos por satélite, o que possibilitava acesso a informações privilegiadas.
A organização tinha como meta roubar ao menos dois caminhões por semana, estimando um lucro mensal superior a R$ 1 milhão. Para lavar o dinheiro obtido, o grupo utilizava contas de parentes, laranjas e empresas de fachada.
Crimes e penas
A maioria dos envolvidos já possui histórico criminal por roubo, receptação, formação de quadrilha, tráfico e estelionato. Agora, responderão por organização criminosa armada, roubo, receptação e lavagem de capitais, crimes cujas penas somadas ultrapassam 40 anos de prisão.
Histórico de operações
A Operação Vareio é resultado do trabalho contínuo do grupo especializado da Polícia Federal contra o roubo de cargas. Desde 2021, a unidade foi responsável por mais de 300 prisões e várias operações de impacto, como Rapina (2022), Insídia, Malta e Cicônia (2023), Cacaria e Vitreum (2024), além de Hammare e Baiuca (2025).



