A queda da libido é uma queixa comum entre mulheres em diferentes fases da vida — especialmente na menopausa —, mas não deve ser vista como um problema exclusivamente hormonal. O desejo sexual feminino é complexo e influenciado por múltiplos fatores físicos, emocionais, sociais e até culturais.
Nem sempre é o estrogênio o vilão
Embora os hormônios sexuais como o estrogênio e a testosterona tenham papel importante no desejo, eles não atuam sozinhos. Estresse, ansiedade, depressão, baixa autoestima e até a imagem corporal negativa estão entre os fatores que podem reduzir o interesse sexual.
Problemas no relacionamento, falta de comunicação com o parceiro ou conflitos não resolvidos também influenciam. E há ainda os efeitos colaterais de alguns medicamentos, como antidepressivos da classe ISRS, anticoncepcionais e anti-hipertensivos, que podem interferir diretamente na libido.
“Muitas pacientes chegam acreditando que o problema está nos hormônios, mas esquecem que o desejo sexual é uma construção multifatorial”, explica a ginecologista Ana Horovitz, membro da Brazil Health. “É fundamental ouvir essa mulher, entender seu contexto e fazer uma avaliação ampla e acolhedora.”

Exames, escuta e confiança
Segundo a médica, a investigação deve incluir uma conversa franca sobre vida sexual e emocional, além de histórico médico, exame físico e, quando necessário, exames laboratoriais. Um ambiente de escuta sem julgamento é essencial para que a mulher se sinta confortável ao falar sobre o assunto.
Tratamento individual e sem tabus
A escolha do tratamento vai depender da origem do problema. Pode envolver:
• terapia sexual para trabalhar bloqueios emocionais
• terapia de casal quando há conflitos relacionais
• ajuste de medicamentos que afetam a libido
• tratamento de doenças como diabetes ou distúrbios da tireoide
• reposição hormonal, quando indicada na menopausa
• uso de medicamentos específicos aprovados para o tratamento da disfunção do desejo
“Libido em baixa não é frescura nem sinal de fracasso pessoal”, reforça a Dra. Ana. “É um sintoma que merece atenção e cuidado, pois impacta diretamente a qualidade de vida.”
Buscar ajuda médica especializada e de confiança é o primeiro passo para resgatar o prazer, a autoestima e a saúde sexual com segurança.



