O Partido Progressista (PP) e o União Brasil anunciaram nesta quarta-feira (8) a aplicação de sanções contra os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte) por desobedecerem à orientação partidária de deixar o governo do presidente Lula (PT). As duas siglas, que formam a federação União Progressista, haviam oficializado em setembro o rompimento com a base aliada e determinaram que seus filiados deixassem cargos na administração federal, o que não aconteceu.
Em relação a Sabino, o União Brasil decidiu abrir processo de expulsão do partido contra o ministro, dissolver o diretório do Pará, que era comandado por ele; e suspender suas atividades partidárias por 60 dias. Ele era integrante da executiva nacional e do diretório nacional. A legenda enviou o documento do caso ao Conselho de Ética. A decisão foi tomada durante reunião convocada pelo presidente do partido, Antônio Rueda, em Brasília.
As medidas foram adotadas após o ministro se recusar a deixar o governo Lula, sob o argumento de que se envolveu pessoalmente com a COP30 e que não pode abandonar o ministério agora, faltando poucos dias para a realização do evento. No final de setembro, quando entregou sua carta de demissão ao presidente, Sabino havia afirmado que permaneceria na pasta até a inauguração das obras do evento.
O ministro disse ainda que entende que o atual governo representa, hoje, o melhor projeto para o país. Ele afirmou também que o União Brasil tomou decisões equivocadas e que os partidos precisam atender aos interesses da população.
Durante reunião da legenda, o governador de Goiás e pré-candidato à Presidência, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou a decisão de Sabino, afirmando que o ministro “faz o jogo do PT” e que “é imoral ser soldado do Lula e do União Brasil ao mesmo tempo”.
Em relação a Fufuca, o presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), anunciou o afastamento do ministro do Esporte das funções na legenda. Com isso, ele deixa a vice-presidência nacional do partido e da presidência do diretório do Maranhão. Ele também foi afastado de todas as decisões internas do partido.
“O partido reitera o posicionamento de que não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”, justificou Nogueira, em nota.
Apesar da decisão, Fufuca sinalizou que não pretende deixar o ministério. Em um post nas redes sociais, ele reafirmou que continuará no governo Lula.
“Minha fidelidade é, primeiramente ao povo que confiou o seu voto e me concedeu a honra do mandato. Neste sentido, seguirei contribuindo de forma construtiva e dedicada para a boa gestão e governabilidade do país, lado a lado com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”
O anúncio dos afastamentos dos ministros é um desdobramento da decisão da federação União Progressista de deixar a base do governo Lula. Com a decisão, foi determinado que todos os filiados com mandato que possuem algum cargo na administração federal deveriam renunciar a suas funções, incluindo os ministros de Estado.



