O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou sua aposentadoria da Corte nesta quinta-feira (9). Durante o anúncio, o magistrado afirmou que é hora de seguir por novos caminhos.
“Sinto que agora é hora de seguir outros rumos. Nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho qualquer apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais da vida que me resta sem a exposição pública, as obrigações e exigências do cargo”, disse, emocionado.
Barroso deve permanecer no STF até a próxima semana para liberar os processos que ainda estão sob sua responsabilidade. Com a saída do ministro, o presidente Lula (PT) deverá indicar um novo nome para a Corte.
Trajetória
Luís Roberto Barroso, natural de Vassouras, no Rio de Janeiro, foi indicado ao STF pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Ele assumiu a vaga no Supremo em junho de 2013, substituindo Carlos Ayres Britto. Antes disso, ele já vinha sendo incluído na lista de cotados ao tribunal.
Com menos de um ano na Corte, assumiu a relatoria dos processos relacionados ao mensalão, após o afastamento do então ministro Joaquim Barbosa.
Barroso também presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em meio à escalada de ataques do então presidente Jair Bolsonaro contra as urnas eletrônicas. Mesmo antes de assumir a presidência do STF, já era alvo constante do ex-presidente.
Em Nova York, após as eleições de 2022, Barroso reagiu a apoiadores de Bolsonaro que hostilizavam integrantes do tribunal, dizendo: “Perdeu, mané, não amola”. A frase, dita menos de um mês após a derrota eleitoral de Bolsonaro para Lula, tornou-se um símbolo entre os bolsonaristas e foi pichada na estátua A Justiça, em frente ao Supremo, durante os ataques de 8 de Janeiro de 2023.
Barroso presidiu o STF nos últimos dois anos, até o mês passado. Quando assumiu o cargo, o ministro fez um discurso em defesa da unidade nacional. “A democracia venceu e precisamos trabalhar pela pacificação do país”, disse em sua posse.
Ele comandou o Supremo durante a primeira condenação de um ex-presidente por golpe de Estado na história do país.
Barroso também tem em seu currículo trajetória acadêmica. Ele é professor titular de direito constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mesma instituição onde concluiu sua própria graduação e o doutorado.
Cursou mestrado na Universidade de Yale e tem pós-doutorado na Universidade de Harvard, ambas nos Estados Unidos.
 nos últimos dois anos, até o dia 29 do mês passado.){kind=link}