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Quem é Buzeira, influenciador preso em operação da PF contra lavagem de dinheiro do tráfico

Influenciador acumula 15,3 milhões de seguidores somente no Instagram

Influenciador Buzeira | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Influenciador Buzeira | Foto: Reprodução/Redes Sociais

O influenciador Bruno Alexssander Souza da Silva, conhecido nas redes como Buzeira, foi preso na manhã desta terça-feira (14). Ele era um dos alvos da Operação Narco Bet, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga a lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas por meio de sites de apostas. A prisão ocorreu em Igaratá, no Vale do Paraíba.

Buzeira acumula 15,3 milhões de seguidores somente no Instagram. Na rede social, ele divulga jogos de apostas online e investimentos em criptomoedas. O influenciador também compartilha fotos de carros de luxo, mansões, grandes quantias em dinheiro e viagens.

O influenciador ganhou destaque nas redes a partir de 2023, quando presenteou Neymar com um cordão de ouro estimado em R$ 2 milhões. Na época sua base no Instagram era de 4,5 milhões de seguidores.

Além do atacante do Santos, o criador de conteúdo também exibe fotos com diversas celebridades, como Virginia Fonseca, Zé Felipe e o rapper Oruam.

Nascido em Itaquera, na zona leste de São Paulo, Buzeira tentou seguir carreira como jogador de futebol e MC, mas não teve sucesso nessas áreas. Ele também trabalhou em restaurantes e numa empresa de comércio exterior, no entanto, perdeu o emprego durante a pandemia. A partir desse momento, passou a organizar rifas e sorteios online.

No dia 2 de setembro, um de seus eventos em Olímpia, interior de São Paulo, terminou em confusão. Ele havia prometido distribuir bichos de pelúcia com dinheiro, atraindo uma multidão a um posto de gasolina local. Segundo a Prefeitura, o espaço foi depredado e itens foram furtados. Imagens de câmeras de segurança mostram pessoas se aglomerando e tentando registrar a presença do influenciador.

Prisão e investigação

A ação da PF nesta terça-feira (14) é resultado do desdobramento da Operação Narco Vela, deflagrada em abril, que tinha como objetivo combater o tráfico de drogas por via marítima a partir do litoral brasileiro. A operação atual se baseou em mandado de busca e apreensão cumprido naquela ocasião.

Além da prisão de Buzeira, foram cumpridos 10 ordens de prisão e e 19 mandados de busca e apreensão, sendo um em Itajaí (SC); quatro em Mogi das Cruzes, dois em Bertioga, três em São Paulo, três em Santos, dois em Barueri, um em Birigui, um em Igaratá (SP); um no Rio de Janeiro; e um em Lagoa Santa (MG).

A reportagem não conseguiu contato com a defesa do influenciador.

O delegado regional de Polícia Judiciária da PF, Marcelo Maceiras, afirmou que, ao analisar o material de um contador alvo da operação, foi possível identificar um esquema complexo de lavagem de dinheiro envolvendo o recebimento e a remessa de valores para o exterior. O esquema teria movimentado montantes consideráveis por meio de corretoras de criptomoedas e empresas ligadas a apostas online, as chamadas bets.

Segundo Maceiras, a operação resultou na apreensão de carros, aeronaves, jetskis e imóveis ligados ao grupo. Além disso, foram encontradas armas na casa de um dos alvos, que contava com segurança armada. Um dos seguranças foi preso em flagrante por atuação irregular, informou o delegado.

A ação contou também com a colaboração da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), que cumpriu mandado de prisão cautelar contra um investigado que está atualmente em território alemão.

De acordo com a PF, parte dos recursos movimentados pelos suspeitos era destinada a empresas de apostas online.

“Algumas bets são regularizadas e nós temos a informação de que parte do valor necessário para conseguir a licença dessas bets tem origem ilícita. Outras bets têm sede no exterior e a gente ainda tem que aprofundar a investigação para ter mais informações”, afirmou.

A Justiça determinou o bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 630 milhões, com o objetivo de descapitalizar a organização e reparar danos decorrentes das atividades ilícitas.

Os investigados devem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação transnacional.

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