O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um ultimato ao Hamas na tarde desta quinta-feira (16) em relação ao acordo de paz que estabeleceu o cessar-fogo em Gaza. Segundo ele, caso o grupo não cumpra os termos do pacto, Israel poderá retomar as operações militares.
“Se o Hamas continuar a matar pessoas em Gaza, o que não era o acordo, não teremos escolha a não ser entrar e matá-los. Agradecemos a sua atenção a este assunto!”, escreveu Trump em seu perfil na rede social Truth.
As ameaças ocorrem após o Hamas promover execuções na Cidade de Gaza, dias depois do início do cessar-fogo. Vídeos publicados pelo canal al-Aqsa, ligado ao grupo, mostram oito homens vendados e ajoelhados sendo baleados. As vítimas estavam desarmadas e o assassinato foi presenciado por outras pessoas. As imagens foram verificadas pelo canal britânico BBC.
O grupo terrorista justificou as execuções sob o argumento de que as vítimas eram “colaboradores de Israel”. Segundo a agência de notícias RFI, os mortos são membros de grupos e milícias rivais, todos de famílias tradicionais de Gaza, que “se mantêm fortemente armadas”.
A Autoridade Palestina classificou os atos como crimes hediondos, cometidos fora da estrutura da lei e sem julgamento justo. O presidente Mahmoud Abbas assinou uma nota de condenação pelos atos do Hamas. Até o momento, não há um balanço oficial de mortos, mas o portal israelense Ynet aponta que ao menos 52 pessoas de um só clã, o Dagmoush, teriam morrido.
A entidade política também afirma que o Hamas tenta controlar a Faixa de Gaza, “obstruindo a reconstrução”, e que o único caminho para acabar com os conflitos é “restaurar o estado de direito e as instituições legítimas”.
O grupo extremista teria assumido o que restou das maiores cidades do território. Isso porque, segundo o que foi determinado pelo acordo, os militares israelenses deixaram esses pontos, recuando para a chamada “Linha Amarela”, traçada no acordo com os Estados Unidos.
O acordo mediado pelos EUA previa, entre outros pontos, o desarmamento total do Hamas e a devolução dos corpos de reféns. Até o momento, quatro corpos foram entregues, mas Israel afirma que um dos cadáveres não é de um refém israelense. A expectativa é que outros 24 corpos – ou 25 se for confirmada a informação de que um dos entregues não era de um refém israelense — sejam entregues às famílias.
As forças egípcias entraram na Faixa de Gaza para ajudar nas buscas por restos mortais, segundo apuração do canal saudita Al Arabiya.



