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Atestados, Conselho, internação e indiciamento por três crimes: O que aconteceu com Bigodini em um mês após acidente?

Acidente envolvendo o vereador aconteceu na madrugada de 28 de setembro

Antes de atropelar árovre, Bigodini foi flagrado consumindo diversas bebidas por bares e postos da cidade | Foto: Arquivo TH+TV

Era madrugada de 28 de setembro quando o vereador Bigodini (MDB), embriagado na direção de um carro alugado, atropelou uma árvore da avenida do Café, na zona Oeste de Ribeirão Preto.

Desde então, o político apresentou atestados psiquiátricos que o afastaram do trabalho legislativo – somados, os documentos acumulam 24 dias de retiro – foi levado ao Conselho de Ética para avaliação da cassação do mandato, entrou em tratamento e foi indicado pela Polícia Civil por três crimes.

Atestados e carta aberta

Logo na primeira Sessão Ordinária após o sinistro, em 29 de setembro, o vereador Bigodini enviou ao plenário um pedido de afastamento por quatro dias. Justificado por ansiedade, foi renovado diante do término do prazo determinado, quando foram solicitados mais 10 dias de afastamento.

Entre um atestado e outro, o vereador utilizou sua rede social para se manifestar sobre o ocorrido. Na carta aberta, o político defendeu “uma tentativa de apagar uma história que eu construí com muito suor e com a confiança de cada um de vocês”.

Disse também que “pra quem já saiu apontando o dedo, eu peço uma coisa: para e pensa. Por trás disso tudo tem uma família, tem uma vida inteira que tá sendo massacrada”.

“Não vamos transformar um acidente de trânsito em um tribunal de exceção.Eu sigo firme”, conclui Bigodini. A mensagem já foi deletada das redes sociais.

Após o término do atestado renovado em 10 dias, o qual alegava Transtorno de Estresse Pós-Traumático, em 15 de outubro, o vereador respeitou os dias úteis restantes (quinta-feira (16), sexta-feira (17), apresentando, por seus representantes legais, a sua defesa ao Conselho de Ética contra a sua cassação.

No dia 20, primeira segunda-feira após o término do último atestado médico, o vereador apresentou um novo pedido de licença. Novamente por 10 dias, o atestado psiquiátrico ainda está em validade e foi justificado por um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada.

Conselho de Ética

O pedido de cassação pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar foi aprovado durante a primeira Sessão Ordinária do mês, realizada em 1 de outubro, por 19 votos. O requerimento, executado por um popular, foi encaminhado à Mesa Diretora da Câmara em 30 de setembro e acusa quebra de decoro parlamentar “com base em confissão de prática de crime contra o Código de Trânsito Brasileiro”.

Desde então, dois encontros foram realizados – somadas, as reuniões não superam 20 minutos de duração.

A primeira reunião aconteceu em dois de outubro. Na ocasião, o presidente do Conselho, Diácono Ramos (União), afirmou não acatar o pedido de impugnação, determinando a coordenadoria jurídica como responsável pela decisão sobre a causa.

“Esse documento protocolado será encaminhado à coordenadoria jurídica da Câmara Municipal. Nesse momento, eu não acato esse pedido de impugnação. Daremos prosseguimento ao rito e caberá a coordenadoria jurídica da casa decisão em contrário de tudo que foi falado”, disse Diácono. “Estamos aqui para agir de forma imparcial”, continuou.

Além do presidente Diácono, o Conselho é formado por Franco Ferro (PP) – Vice-presidente; Jean Corauci (PSD) – Membro relator; Brando Veiga (REP) – Membro; Maurício Vila Abranches (PSDB) – Membro.

O segundo encontro aconteceu vinte dias depois, em 22 de outubro. Na data, o presidente do Conselho informou que tanto o ofício emitido pelo Delegacia Seccional de Ribeirão Preto (Deinter-3), relacionado ao Termo Circunstanciado, quanto a defesa apresentada pelo vereador Bigodini (MDB), já foram juntados aos autos do processo.

O relator do processo, vereador Jean Corauci ressaltou que “os documentos entregues serão analisados pelo Conselho para, em seguida, dar continuidade aos trabalhos”, finalizou.

Atualmente, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aguarda o recebimento oficial do inquérito policial referente ao vereador Bigodini (MDB), conforme previamente comunicado pela Polícia Civil durante a tramitação das investigações.

Assim que o material for encaminhado, o Conselho fará a análise técnica e jurídica dos autos. Caso o inquérito não seja formalmente remetido até a próxima reunião do Conselho – ainda sem data prevista, será deliberado o encaminhamento de ofício à Polícia Civil, solicitando acesso integral aos documentos para conhecimento e eventual deliberação.

Desmentido e indiciado

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã da última sexta-feira (24), a Polícia Civil confirmou que o vereador Bigodini (MDB) conduzia o veículo que atropelou uma árvore da avenida do Café, durante a madrugada de 28 de setembro.

Além da direção do veículo, os agentes competentes apuraram que Bigodini pilotava em alta velocidade e sofria alteração alcóolica quando acidentado. Na rodovia Anhanguera, por exemplo, o político foi filmado pilotando a 183 km/h.

Para o registro da ocorrência em seguida ao sinistro, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública, uma mulher de 29 anos teria se apresentado como condutora do veículo. Mesmo sem sinal de embriaguez, a suposta motorista não apresentou a Carteira Nacional de Habilitação, por não possuir o documento.

A afirmação, entretanto, foi rapidamente contestada por vídeos amadores publicados nas redes sociais. Nas imagens, após o acidente, Bigodini foi filmado deixando o banco do motorista do carro, enquanto a mulher descia simultaneamente pelo lado passageiro do veículo. As imagens auxiliaram a elucidação do fato investigado.

“Após a apuração foi possível concluir que era o vereador quem dirigia o veículo no momento do acidente. E não só no momento do acidente, há provas de que várias horas antes do acidente em diversos locais, ele havia ingerido bebida alcoólica e também dirigiu o veículo na sequência”, retrucou a Civil.

Ainda segundo informado pelo registro policial inicial, o veículo acidentado era alugado. Os dois ocupantes se recusaram a realizar o teste do bafômetro.

Conforme informado na coletiva, Bigodini responderá por embriaguez ao volante, falsidade ideológica e fraude processual.

Em comunicado à imprensa, publicado na tarde da mesma sexta-feira, a defesa do vereador se manifestou publicamente e alegou que “uma vez mais, tomou conhecimento, por meio das mídias digitais, da existência de novos elementos probatórios que foram juntados aos autos apenas nesta data (24)”.

Disse ainda que foram anexadas novas 233 folgas ao processo, “motivo pelo qual não houve tempo hábil para que a defesa procedesse à análise minuciosa de todo o conteúdo apresentado”.

Internação

Com exclusividade, o TH + Portal publicou em 22) de outubro a informação de que o vereador Bigodini (MDB) está internado há alguns dias em uma clínica terapêutica chamada “Associação De Acolhimento Caminho Da Paz”, em Ribeirão Preto.

Na internet, o perfil da instituição diz que “a Associação De Acolhimento Para Dependentes Químicos Caminho Da Paz tem como principal objetivo resgatar pessoas do gênero masculino, em situação de vulnerabilidade social causada pela dependência química”.

A “Caminho Da Paz” se apresenta como uma instituição sem fins lucrativos e trabalha com apoio do programa “Recomeço”, do governo estadual.

Também na internet, o “Recomeço” se define como um “programa criado pelo governo do estado de são paulo para ajudar os usuários e seus grupos de convívio a trilharem da melhor maneira possível o caminho de saída do uso de drogas em direção à abstinência e ao retorno à vida social plena”.

A informação sobre a internação de Bigodini, que chegou até o jornalismo do Grupo Thathi por uma fonte confiável, foi confirmada depois por outra fonte fidedigna dentro do legislativo de Ribeirão Preto.

A produção entrou em contato por telefone com a instituição “Caminho Da Paz”, e foi informada que o tempo de internação depende da situação de cada paciente. A instituição também afirmou que não poderia passar informações sobre seus dependentes.

Na apuração da reportagem, o jornalismo da TH+TV também entrou em contato por várias vezes com a assessoria do vereador até conseguir uma nota de retorno minúscula, afirmando que não havia “nada a declarar”.

Após a publicação da matéria, a assessoria de Bigodini divulgou uma nota para toda a imprensa considerando inverídicas as afirmações de que o vereador estaria internado para recuperação de dependência química. Segundo a assessoria, o acompanhamento seria para o tratamento de ansiedade.

**Com informações de TH+TV

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