“Quaquaraquaquá, quem riu / Quaquaraquaquá, fui eu”. No dia de hoje, 06 de novembro, é comemorado o Dia Nacional do Riso.
Segundo uma pesquisa Universidade de Loma Linda, na Califórnia (EUA), o riso pode diminuir doenças cardíacas, já que reduz a Proteína C-Reativa, que é um marcador de inflamação e de complicações cardiovasculares. Além disso, rir diminui níveis de cortisol e adrenalina, responsáveis pelo estresse e pela ansiedade.
Quando rimos, nosso cérebro produz endorfina, hormônio que provoca sensação de relaxamento e fortalece o sistema imunológico. O estudo “Benefícios Terapêuticos do Riso na Saúde Mental: Uma Revisão Teórica”, do National Institutes of Health (2016), aponta outros benefícios do riso:
- Exercita e relaxa os músculos faciais;
- Melhora a respiração e a circulação de ar no corpo;
- Estimula a circulação sanguínea no organismo;
- Aumenta o limiar da dor e a tolerância;
- Melhora o funcionamento da mente.
Para celebrar esse dia tão especial e riso em nossas vidas, trouxemos a história de uma famosa canção da MPB que fala sobre o ato de dar risada e tem inclusive no nome uma onomatopeia que descreve o riso: “Quaquaraquaquá”.
Composta por Baden Powell e Paulo César Pinheiro, convenhamos, essa canção não podia ser interpretada por outra pessoa que não pela gigante Elis Regina, que traz toda a força e a alegria que a letra e a música pedem.
A história da música “Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaquá)”
“Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaquá)” foi lançada por Elis Regina no álbum “Em Pleno Verão”, de 1970. No mesmo ano ela foi gravada por diversos outros nomes como Dóris Monteiro, Milton Banana e o próprio Baden Powell, mas a interpretação arrebatadora de Elis é inesquecível e ficou eternizada.
O compositor e violonista Baden Powell sempre esteve na vida de Elis Regina. Ele frequentava o programa “O Fino da Bossa”, apresentado por ela e por Jair Rodrigues na TV Record, entre os anos de 1965 e 1967.
Segundo o site oficial da filha de Elis, a cantora Maria Rita, dizem que Baden compôs – em 1966, poucos minutos antes do programa ir ao ar – uma de suas mais famosas canções “O Canto de Ossanha” especialmente para a Elis Regina gravar ali. Depois, no mesmo ano, a canção foi eternizada também por ele e por seu parceiro Vinicius de Moraes no álbum “Os Afro-Sambas de Baden e Vinicius”.
Juntos, Baden e Elis também fizeram um show de afro-sambas. Foi ele que apresentou a Pimentinha a outro compositor muito presente em sua obra, Paulo César Pinheiro, seu parceiro de composição em “Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaquá)”, música também feita especialmente para Elis.

Baden Powell foi um dos primeiros a reconhecer o talento do jovem letrista carioca, quando ele tinha apenas 16 anos. Juntos, fizeram a música: “Lapinha” que, em 1968, venceu a Primeira Bienal do Samba, justamente na voz de Elis Regina.
“Vou Deitar e Rolar (Quaquaraquaquá)”, foi composta justamente em uma das separações de Elis e Ronaldo Bôscoli, seu primeiro marido, pai de João Marcello Bôscoli, e fala sobre como ela estava superando a dor do término, com o riso.
A interpretação de Elis fez um enorme sucesso no rádio e na TV. No livro “Histórias das Minhas Canções” (2011), Paulo César Pinheiro diz que “jamais negou um pedido da Elis”, que lhe telefonava pedindo encomendas musicais.
Da dupla Paulo César e Baden Powell, Elis aindagravou outras canções como:
- Samba do Perdão (1968)
- Falei e Disse (1970)
- Aviso aos Navegantes (1971)
- Cai Dentro (1979)
Assista ao “Arquivo Elis Regina”, um programa original Novabrasil, que celebra a vida e a obra dessa que é uma das maiores vozes do mundo:



