Diferente do colesterol tradicional, ela tem origem genética e não muda com dieta, exercícios ou medicamentos usuais, como as estatinas. Ainda assim, sua presença em níveis elevados está associada a um risco significativamente maior de infarto do miocárdio, AVC (acidente vascular cerebral) e estenose aórtica o estreitamento da válvula do coração causado por acúmulo de cálcio.
O que é a Lipoproteína(a)
A Lp(a) é uma partícula semelhante ao LDL (“colesterol ruim”), mas com uma estrutura diferente, que a torna mais aderente às paredes das artérias e favorece o desenvolvimento de placas de aterosclerose e inflamação.
Por ser determinada geneticamente, seus níveis não dependem do estilo de vida — o que significa que pessoas magras, ativas e com colesterol controlado também podem apresentar valores elevados.
Marcador independente de risco cardiovascular
A Lp(a) é considerada um marcador independente de risco cardiovascular, ou seja, atua de forma paralela ao colesterol LDL.
Mesmo com o colesterol controlado, indivíduos com Lp(a) elevada podem ter risco aumentado de infarto, AVC ou calcificação da válvula aórtica.
Estudos mostram que níveis altos de Lp(a) estão relacionados a maior incidência de doença coronária precoce, acidentes vasculares cerebrais e estenose aórtica, especialmente em pessoas com histórico familiar de doença cardiovascular.
Diretriz brasileira recomenda medir uma vez na vida
A Diretriz Brasileira de Dislipidemias 2025 recomenda que todos os adultos dosagem a Lp(a) pelo menos uma vez na vida, como parte da avaliação global do risco cardiovascular.
🧪 O exame é simples, feito por coleta de sangue, e não precisa ser repetido, já que os níveis são definidos pelo DNA e permanecem estáveis ao longo dos anos.
Essa informação permite ao médico personalizar a prevenção, identificando pacientes que merecem atenção especial mesmo com exames de colesterol aparentemente normais.
Novas drogas em estudo
Nos últimos anos, a Lp(a) se tornou alvo de diversos estudos internacionais que testam medicamentos capazes de reduzir seus níveis no sangue em até 90 a 94%.
Entre os principais ensaios clínicos estão:
🌊 OCEAN(a) – com o fármaco Olpasiran
🌍 HORIZON – com o fármaco Pelacarsen
🧬 ACCLAIM-Lp(a) – com o fármaco Lepodisiran
Essas terapias atuam diretamente no fígado, reduzindo a produção da Lp(a).
Esses estudos são considerados promissores, mas ainda não há medicamentos aprovados. A expectativa, segundo a cardiologista Dra. Bruna Henares, colunista da NovaBrasil FM, é que em breve surjam opções específicas para esse tipo de colesterol genético, capazes de complementar o tratamento tradicional.
O que fazer enquanto isso?
Enquanto as novas terapias não chegam, o foco deve permanecer na prevenção global e no controle dos fatores de risco modificáveis, que continuam sendo a base da saúde cardiovascular:
✅ Manter o LDL-C (colesterol ruim) dentro das metas
✅ Controlar a pressão arterial
✅ Tratar diabetes e resistência à insulina
✅ Abandonar o tabagismo
✅ Praticar atividade física regular
✅ Manter uma alimentação equilibrada e sono adequado
Informação que salva vidas
A Lipoproteína(a) é mais uma peça do quebra-cabeça da prevenção cardiovascular.
Saber o seu valor pode ajudar a identificar precocemente quem tem risco aumentado e evitar complicações futuras.
Você já dosou a sua Lipoproteína(a)?
Converse com seu médico e inclua o exame no seu próximo check-up.



