Enfermeiro vacinado contrai COVID-19 antes de tomar segunda dose

Ao contrário do que muita gente pode acreditar, tomar a primeira dose da vacina não deixa a pessoa instantaneamente imune à doença

Imagem: cuz.gallery/Rawpixel

Com vários países dando início à vacinação contra a COVID-19, tem se criado cada vez mais expectativa para receber o imunizante e vencer, de uma vez por todas, essa pandemia. No entanto, ao contrário do que muita gente pode acreditar, tomar a primeira dose da vacina não deixa a pessoa instantaneamente imune à doença. Isso ficou claro nesta terça-feira (29), quando um enfermeiro dos EUA apresentou resultado positivo para COVID-19 mesmo depois de ter recebido a primeira dose da vacina. O que acontece é que, segundo os especialistas, demora cerca de 10 a 14 dias para o organismo começar a desenvolver a proteção.

Matthew W., um enfermeiro de 45 anos de San Diego, recebeu a vacina da Pfizer em 18 de dezembro. No entanto, seis dias depois, após trabalhar um turno na unidade COVID-19, ele teve calafrios, dores musculares e fadiga. Um teste realizado no hospital confirmou que ele estava infectado.

De acordo com o Dr. Christian Ramers, especialista em doenças infecciosas do Family Health Centers de San Diego, esse cenário não é inesperado. Em entrevista à KGTV, uma filiada da ABC News, ele explicou que os pacientes não desenvolvem proteção contra a COVID-19 imediatamente após serem vacinados. “Nós sabemos, a partir dos testes clínicos da vacina, que vai demorar cerca de 10 a 14 dias para você começar a desenvolver a proteção da vacina”, esclareceu.

Sendo assim, mesmo após esses 10 a 14 dias, os pacientes ainda precisam de uma segunda dose da vacina para proteção total. “Acreditamos que a primeira dose lhe dá algo em torno de 50%, e você precisa da segunda dose para chegar a 95%”, acrescentou Ramers.

Período de incubação

No entanto, o especialista levantou olhares para outra possibilidade: como o período de incubação da COVID-19 pode ser de até 14 dias, também pode ser que Matthew já estivesse infectado antes de receber a vacina no dia 18, e só depois que os sintomas surgiram.

De qualquer forma, esse ocorrido acaba sendo um lembrete de que deter a pandemia levará tempo e a adesão contínua a práticas fundamentais de saúde pública, como distanciamento social, máscaras e lavagem das mãos, que continuarão sendo essenciais em 2021. “Você ouve os profissionais de saúde sendo muito otimistas sobre isso ser o começo do fim, mas vai ser um processo lento, de semanas a meses, enquanto lançamos a vacina”, concluiu Ramers.

Informações: Canaltech/ABC News

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