A solidão na terceira idade é um problema crescente de saúde pública, com impacto direto na saúde física e mental. “O isolamento social aumenta o risco de doenças cardíacas, depressão, declínio cognitivo e até reduz a expectativa de vida em até 15 anos”, alerta a geriatra Julianne Pessequillo. Nesse cenário, a inteligência artificial (IA) surge como uma aliada na promoção do bem-estar e da autonomia de idosos.
Como a tecnologia ajuda na rotina
Assistentes virtuais como Alexa e Google Assistente interagem com os idosos, conversam, contam piadas, lembram compromissos e emitem alertas de medicamentos. “Essas tecnologias podem transformar a rotina, estimulando o cognitivo e reduzindo a sensação de solidão”, explica a médica. Sensores inteligentes, câmeras e relógios conectados também monitoram sinais vitais, detectam quedas e enviam alertas para familiares e serviços de emergência.
A IA ainda contribui para inclusão digital, oferecendo leitura de textos para quem tem deficiência visual, transformando dados em áudio e facilitando a interação com o ambiente. Isso permite que idosos mantenham atividades significativas e uma vida mais independente.

Desafios éticos e sociais
Apesar dos benefícios, o uso da IA traz desafios importantes. “Há riscos relacionados à privacidade de dados e à substituição de relações humanas por interações virtuais. A tecnologia deve ser complementar, e não um substituto da presença familiar ou de redes de apoio”, ressalta Pessequillo.
Com uso responsável e soluções adaptadas à realidade cultural brasileira, os companheiros virtuais podem se tornar aliados no combate à solidão, promovendo um envelhecimento mais digno, ativo e conectado.



