O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Brasil deu uma “lição de democracia ao mundo”, ao comentar a prisão de Jair Bolsonaro (PL) e dos demais réus da trama golpista. A declaração foi dada nesta quarta-feira (26), um dia após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar a execução das penas dos réus do Núcleo 1.
Além de Bolsonaro, que estava em prisão preventiva desde sábado (22) por violar a tornozeleira eletrônica, foram presos três ex-ministros do governo dele, sendo Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier (ex-comandante da Marinha).
“Ontem esse país deu um passo importante. Esse país ontem deu uma lição de democracia ao mundo”, afirmou Lula. “Sem nenhum alarde, a Justiça brasileira mostrou a sua força, não se amedrontou com as ameaças de fora e fez um julgamento primoroso, onde não tem uma acusação de oposição, é tudo acusação de da quadrilha que dar um golpe nesse país”, declarou.
Lula lembrou que essa é a primeira vez na história brasileira que um ex-presidente foi preso por tentativa de golpe de Estado
“Pela primeira vez em 500 anos nesse país você tem alguém preso por tentativa de golpe. Você tem um ex-presidente da República e quatro generais cinco estrelas presos. Numa demonstração de que democracia vale para todos, não é privilégio de ninguém. É um direito de 215 milhões de brasileiros. Eu estou feliz, não pela prisão de ninguém, estou feliz porque esse país está maduro para exercer a democracia na sua mais alta plenitude”, declarou ao final de seu discurso.
As declarações foram feitas durante a cerimônia de sanção da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000, uma das principais promessas de campanha de Lula em 2022. A medida também inclui um desconto no imposto de quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 7.350 mensais.
Bolsonaro e outros sete aliados foram condenados pelo STF no dia 11 de setembro por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, entre outros crimes. Nesta terça-feira, o STF certificou o trânsito em julgado, ou seja, a conclusão do processo do Núcleo 1.
De acordo com o Supremo, todos teriam participado de um plano para manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota para Lula (PT) nas eleições de 2022. O grupo foi condenado com penas que variam de 2 a 27 anos, sendo formado por ex-ocupantes de altos cargos no governo do ex-presidente.
O STF também aplicou a inelegibilidade de oito anos a todos os condenados, a partir do término da pena. Bolsonaro já estava impedido de disputar eleições até 2030 em razão de condenações por abuso de poder na Justiça Eleitoral. Com a nova condenação, sua inelegibilidade se estende até 2060.



