Nos últimos dias, o Brasil inteiro acompanha a crise do Grupo Mateus — um dos maiores varejistas do país — após um erro bilionário no controle de estoque. Quando vi a notícia, a primeira coisa que pensei foi: “É exatamente isso que eu vivo alertando aos empreendedores.”
E foi por isso que, no dia 24 de novembro, durante o nosso quadro Vamos em Frente no Tambaú da Gente, levei esse assunto ao ar com Anne Gomes, porque o que derruba gigantes também derruba pequenos negócios todos os dias — só que em silêncio.
A verdade é dura, mas precisa ser dita: o estoque é uma bomba-relógio quando não é controlado. E quando explode… explode mesmo.
No caso do Grupo Mateus, o estouro veio na forma de um rombo contábil gigantesco, uma série de inconsistências e a contratação emergencial de uma nova auditoria. O mercado reagiu imediatamente. Ações despencaram. Fundos ficaram em alerta. A imprensa especializada começou a destrinchar os impactos. O estrago foi enorme.
Mas o que pouca gente percebe é que o mesmo erro que derruba uma empresa bilionária é o que quebra o pequeno comércio da esquina.
No programa, eu disse uma frase que sempre repito nas minhas consultorias:
“O comerciante não ganha dinheiro na venda. Ele ganha na compra.”
Se você compra errado, negocia mal, não sabe o que entra e o que sai, não tem processo… já está vendendo errado desde o início.
E estoque não é “só armazenar mercadoria”.
Estoque é:
- dinheiro parado,
- risco fiscal,
- risco financeiro,
- risco de ruptura,
- risco de multa,
- risco de quebrar.
Hoje, qualquer emissão de nota fiscal comunica automaticamente o seu movimento para a Receita Estadual. Ou seja: o governo sabe exatamente o que você diz ter vendido. Se o seu sistema diz uma coisa e as suas prateleiras mostram outra, o problema está criado.
E é aqui que muita gente erra: faz inventário pela metade, conta só parte da loja, “depois eu olho o restante”. Foi exatamente esse tipo de comportamento que expliquei ao vivo: estoque se faz de forma integral, contínua e com método. Não tem improviso.
E quando você encontra diferença — e ela vai aparecer — isso precisa ser tratado de forma imediata com o contador. Não dá para empurrar.
O caso do Mix Mateus é um alerta histórico. Não importa se você está faturando bilhões na bolsa ou alguns milhares no comércio local: se o estoque não é confiável, nada é confiável.
Este episódio deve servir como um lembrete para todos nós: é melhor perder um dia fazendo inventário do que perder anos de trabalho por falta de controle.
A boa notícia?
Você não precisa esperar a crise chegar. Pode começar hoje mesmo, com três passos simples:
- Revise suas compras — negocie melhor, saiba exatamente o que está entrando.
- Faça inventários periódicos completos — não por setor, mas por loja inteira.
- Use um sistema integrado — seu estoque precisa conversar com suas vendas e com o fiscal.
Se uma empresa gigante pode cair por causa disso, imagine quem está começando agora. Controle de estoque não é burocracia. É sobrevivência.
E o meu papel aqui, no Vamos em Frente, é justamente esse: ajudar você a evitar erros que custam caro — para que o seu negócio continue crescendo com segurança.
Eu sou Vinnie de Oliveira, e toda semana a gente conversa aqui sobre empreendedorismo, inovação e propósito. Porque empreender é seguir em frente, mesmo quando o caminho parece difícil.
Vamos em frente! 🚀
*Vinnie Oliveira é consultor, especialista em empreendedorismo e o autor da coluna Vamos em Frente



