A saúde íntima feminina entrou de vez na agenda dos consultórios. “O chamado rejuvenescimento íntimo feminino engloba um conjunto de técnicas e tratamentos que visam melhorar tanto a estética quanto a função da região genital, promovendo mais qualidade de vida e bem-estar”, afirma a ginecologista Marina de Morais Piau.
Por que o tema ganhou força
Gravidez, parto, envelhecimento e a menopausa podem provocar flacidez, ressecamento, mudanças no tônus muscular e sintomas como dor, incontinência urinária leve e diminuição da lubrificação. “Essas transformações não afetam apenas a saúde física, mas também podem repercutir na autoestima, na sexualidade e nas relações interpessoais”, ressalta a médica.
Tecnologias e procedimentos
A ciência vem incorporando recursos além dos métodos tradicionais. “A ciência tem buscado alternativas além dos tratamentos tradicionais”, diz Piau, destacando que as tecnologias atuais são aplicadas de forma controlada e com base em pesquisas. Entre as mais usadas estão:
- · Laser de CO₂ fracionado: estimula colágeno e melhora elasticidade, hidratação e a mucosa vaginal.
- · Radiofrequência (ablativa e não ablativa): aquece camadas profundas, favorecendo firmeza e regeneração celular.
- · Jato de plasma: atua de forma superficial, promovendo retração tecidual e melhora estética.
- · LEDs terapêuticos: usam diferentes comprimentos de onda para estimular reparo celular e vascularização.
Outro campo em expansão é o dos injetáveis, com foco em volume, hidratação e estímulo de colágeno:
- · Ácido hialurônico: repõe volume e hidrata os tecidos.
- · Bioestimuladores de colágeno: aceleram a produção natural de colágeno, aumentando a firmeza.
- · Fios de polidioxanona (PDO): funcionam como suporte e estimulam regeneração tecidual.
- · Gordura autóloga (nanofat): a própria gordura da paciente é processada para preencher e regenerar.
Segundo a ginecologista, “essas técnicas são minimamente invasivas, realizadas em consultório e com rápida recuperação”. E os resultados não se limitam à aparência: “Estudos apontam melhora da lubrificação, da sensibilidade, da tonicidade da região e até da função urinária”, o que se traduz em mais conforto no dia a dia e relações sexuais mais satisfatórias.

Segurança e avaliação individual
Piau reforça que a decisão sobre qual abordagem utilizar depende das necessidades e do histórico de cada paciente. “É importante destacar que todos esses procedimentos devem ser realizados por médicos treinados, após avaliação individualizada.”
Para ela, cautela e informação caminham com o avanço tecnológico: “A ciência avança a favor da mulher, mas a segurança continua sendo prioridade”.



