Há um momento na vida em que a gente finalmente entende: não adianta continuar gastando tempo, fôlego e energia tentando consertar aquilo que não é nosso.
Há feridas que não são nossas, histórias que não escrevemos, responsabilidades que alguém deixou cair no nosso colo como quem despeja bagunça na casa alheia e sai pela porta sem olhar pra trás.
E por algum motivo — talvez por cuidado demais, talvez por costume, talvez por amor — a gente tente juntar os pedaços, varrer os restos, colar o que falta. Mas cada remendo nos esgota, cada tentativa de cura nos cansa, cada esforço para salvar o que não nos pertence nos afasta de nós mesmos.
Pare, seja gentil com você mesmo, organize tudo por dentro, e por fora. Desapegue.

Retire as mãos do que não é seu. Solte o que não te cabe. Deixe que cada um cuide do que criou, do que feriu, do que deixou cair.
Você merece investir sua força em caminhos que te devolvem, em laços que te sustentam, em vidas que se encontram com a sua — não que se apoiem apenas nela.
De vez em quando, a verdadeira coragem é simplesmente escolher ir embora de uma guerra que não começou em você. E isso não é abandono, é amor-próprio, lucidez, liberdade!




