Influenciadores digitais do grau – denominação destinada à prática de manobras com motocicletas – são alvos de uma operação e investigação integrada (11 perfis) das polícias militar, civil e rodoviária com o Ministério Público, nesta terça-feira (09). Ao todo, são 11 mandados de busca e apreensão.
Todos os mandados de busca e apreensão, espalhados por diversos bairros de Ribeirão Preto, estão relacionados ao influenciador Alexandre de Jesus, conhecido na internet como ‘Xuxa’. Os locais, ainda segundo o Ministério Público, são utilizados para a guarda dos veículos utilizados nos crimes investigados.
De acordo com o próprio Ministério Público, o “pleito tem o objetivo de apurar supostos delitos de associação criminosa (artigo 288, do Código Penal), adulteração ou supressão de sinal identificador de veículo automotor (artigo 311, do Código Penal), periclitação da vida e da saúde (artigo 132, do Código Penal), participação de racha ou competição esportiva sem a devida autorização (artigo 308, da Lei 9.503/97), dirigir de forma perigosa em local de grande circulação de pessoas e veículos autorização (artigo 311, da Lei 9.503/97)”.
“As redes sociais do imputado foram utilizadas para postagem de vídeos, em que comete inúmeras infrações penais, notadamente de trânsito, que colocaram em risco a população. A conduta, apesar de tudo, ainda persiste, fazendo o imputado pouco caso da atividade policial e da segurança e vida dos demais cidadãos”, continua o texto, assinado em 27 de novembro pelos promotores Paulo José Freire Teotônio, Eduardo Luiz Michelan Campana, Augusto Soares de Arruda Neto, Ethel Cipele.
“Os vídeos postados na rede social representam um nítido deboche das autoridades policiais e das demais instituições de segurança, exigindo uma resposta contundente do poder judiciário para a sociedade ribeirão-pretana, que vem sendo exposta a perigos pelo comportamentos negligentes e criminosos desses indivíduos”, segue a publicação do Ministério Público.
A ação determina aos subscritores a finalidade de que sejam devidamente apreendidos: veículos automotores encontrados nos locais, os celulares, computadores, tablets, câmeras e demais aparelhos eletrônicos utilizados pelo imputado e demais indivíduos participantes dos “rachas”, para filmar e postar as imagens das manobras perigosas nas redes sociais.
Além disso, deve-se apreender também documentos de identificação, dinheiro em espécie, sem justificativa plausível e eventuais equipamentos que permitam interlocução com o rádio da polícia militar e equipamentos que tenham o objetivo adulterar os veículos e a sua identificação, bem como armas de fogo e drogas ilícitas.
O documento ainda determina a prisão temporária do influenciador Xuxa e a fixação de pagamento de R$ 300 mil “a título de indenização ao Estado, por danos morais coletivos e materiais para a Polícia Militar Rodoviária, seja em sede de ANPP ou ao final do procedimento, haja vista que os crimes praticados pelo investigado geraram grande repercussão na mídia, com cobranças extremadas, gerando desgastes, necessitando da tomada de imediatas diligências, gastos com pessoal, monitorando através de câmeras de segurança, desviando o trabalho dos policiais e os gastos do Estado”.
“Outrossim, postulamos ainda que sejam oficiadas as plataforma digitais para a exclusão das redes sociais e postagens em nome do requerido, advertindo-as que se trata de atividades francamente criminosas, para que se evite criação de novos perfis da mesma índole, afrontosas as diretrizes das próprias plataformas, fixando-se multa diária em caso de descumprimento de R$ 10 mil, a ser destinada a zelosa Polícia Civil do Estado de São Paulo”, continua o texto.
O documento apresenta diversos perfis do Instagram com publicações relacionadas aos crimes tratados na investigação, e estes influenciadores serão investigados pelas autoridades competentes.
O caso segue em andamento.



